O ex-presidente entregou ontem a candidatura. E o presidente demissionário anunciou que ia a votos em plena reunião de câmara
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo vai eleger, no próximo dia 24, novos órgãos sociais para o triénio 2023-2025, naquela que será uma reedição da corrida eleitoral anterior no que toca aos candidatos à presidência da direcção.
Amável Pires, ex- -presidente do órgão, e Jorge Lopes, presidente da direcção demissionária, voltam a encabeçar as duas listas concorrentes. Ontem, Amável Pires confirmou a O SETUBALENSE que entregou, pela manhã, a sua candidatura, a qual conta ainda com os nomes de “João Paulo Dinis e Rui Guedes como candidatos à presidência da assembleia geral e do conselho fiscal”, respectivamente.
Recuperar para a associação “dignidade, respeito, humanidade, humildade e transparência” são as razões que estão base da recandidatura, afirmou Amável Pires. Já Jorge Lopes revelou na véspera que a direcção demissionária – que renunciou às funções em Janeiro último, cerca de um ano depois de ter tomado posse – voltará a ir a votos.
O anúncio foi feito de forma inusitada, em plena reunião pública do executivo municipal. Jorge Lopes aproveitou o período reservado ao público para intervir – na qualidade de presidente da direcção dos bombeiros e não na qualidade de munícipe – para apresentar aos eleitos um “balanço” das contas de 2022 (cujo relatório ainda não foi aprovado em assembleia geral pelos associados) e, por fim, para comunicar que o elenco directivo demissionário irá recandidatar-se.
“Vamos concorrer novamente para levarmos a cabo o projecto que nos comprometemos fazer: colocar esta associação no seu devido lugar e patamar”, disse, para deixar um recado de seguida: “Os elementos da direcção não têm qualquer problema nem medo ou receio de qualquer entidade, seja ela política ou jurídica. Estamos cá, temos a consciência limpa, não aceitamos ameaças, ameaças essas que nos são postas quase diariamente”.
Antes, já havia frisado que não teme qualquer auditoria à gestão do seu mandato e lembrou que o elenco directivo não tem ligação a qualquer força política. “Temos sido uma direcção apartidária, o que leva a que algumas pessoas, com outros objectivos, não se tenham revisto no que era o trabalho (…) em prol desta instituição centenária.
Lamento que sejam transportadas para sessão de câmara algumas informações sem o apuramento da verdade. Em nada tememos qualquer auditoria que seja isenta e possa ser feita ao que tem sido a nossa gestão”, afirmou. Os cerca de 12 meses de mandato cumpridos pela direcção de Jorge Lopes ficaram marcados por uma clivagem insanável com o Comando – que culminou inclusive com a demissão do Comandante Pedro Ferreira –, bem como por sucessivas renúncias de elementos dos órgãos sociais.
Nesse espaço de tempo, registaram-se demissões das presidências da assembleia geral e do conselho fiscal, além das de dois elementos da direcção. Os associados vão ser chamados, no próximo dia 24, a eleger novos órgãos sociais. O acto eleitoral vai decorrer entre as 17h30 e as 21h30 no quartel da associação.
