Espectáculo conta com moradores de diversos bairros e de diferentes gerações
O espectáculo “Meio no Meio”, que estreou recentemente no concelho da Moita, com lotação esgotada, chega ao Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, a 2 e 3 de Julho, pelas 21h00, num trabalho que contou com a direcção artística do coreógrafo Victor Hugo Pontes, que promoveu este projecto desde 2019, através da formação artística de jovens e adultos da região, envolvendo mais de 70 participantes.
“Meio no Meio” é um projecto de “começos e recomeços, olhando para o futuro de uns e para o passado de outros”, em que, quando se chega à idade adulta “tudo parece possível e o futuro é uma incógnita, mas tentamos escolher como será a vida (ou sonhar com isso)”.
Com texto da directora do Teatro do Vestido, Joana Craveira, o espectáculo, desenvolvido no âmbito da terceira edição do programa PARTIS, da Fundação Calouste Gulbenkian, para inclusão social através das práticas artísticas, contou com a coordenação da associação Artemrede e a participação de quatro moradores da Trafaria (Almada), três do Vale da Amoreira (Moita), três oriundos de Marvila (Lisboa) e três do Barreiro antigo, acompanhados por três profissionais, onde contam a sua história, num evento que é um misto de teatro documental, com muita dança e movimento, ao longo do qual cada intérprete recorda par-te da sua vida e o que gostava que a mesma viesse a ser.
Com cenografia de F. Ribeiro e música de Marco Castro e Igor Domingues (Thor + The Shire), composta especialmente para este trabalho, “Meio no Meio” conta com a interpretação de Alegria Gomes, Benedito José, Dúnia Semedo, João Pataco e Leopoldina Félix. A estes juntam-se ainda Luís Nunes, Maria Augusta Ferreira, Mavatiku José, Nérida Rodrigues, Paulo Mota, Ricardo Cardoso Teixeira, Rolaisa Embaló, Sidolfi Katendi, Teresa Amaral, bem como Valter Fernandes e Yana Suslovets.
O espectáculo multidisciplinar espelha deste modo o processo de criação, concretizando o objectivo de “construção de espaços de socialização e de partilha entre diferentes gerações e geografias”, promovendo “o cruzamento de mundos”. O processo de formação e criação foi registado e dará origem a uma longa-metragem documental, realizada por Maria Remédio, a estrear no final do ano.
O projecto foi também acompanhado pelo investigador Rui Telmo Gomes, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia da Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa, que resultará numa publicação que será, igualmente, lançada no decorrer de 2021.
A iniciativa cultural conta ainda com a parceria dos municípios de Almada, Barreiro, Lisboa e Moita, com a estrutura artística Nome Próprio e com a colaboração da RUMO – Cooperativa de Solidariedade Social. A nível local, o desenvolvimento do espectáculo foi coordenado por uma equipa mista municipal, da cultura e da intervenção social, incluindo cada grupo de participantes e um media–dor do território de cada concelho.
Após a passagem pelo Barreiro, o espectáculo vai passar pelo Teatro Joaquim Benite, em Almada, nos dias 11 e 12 de Setembro, e pelo Teatro Municipal S. Luiz, em Lisboa, entre 22 e 24 de Outubro.