Obra escrita por um vasto conjunto de investigadores de História, conta com a participação do Presidente da República

O jornal O SETUBALENSE comemora este ano, a 1 de Julho, 165 anos e vai assinalar a data com a publicação de um livro comemorativo. Trata-se de uma edição com cerca de 300 páginas, a lançar no mês do aniversário, que retracta a história da cidade de Setúbal e da região, a partir da perspectiva impressa neste que é o título mais antigo de Portugal continental, e um dos mais vetustos do mundo.

“Com este livro, pretendemos sublinhar o papel d’ O SETUBALENSE enquanto fonte histórica local, assim como a responsabilidade do trabalho diário que fazemos, não só na análise da actualidade, mas também na construção da memória futura”, comenta o director do jornal.

Para Francisco Alves Rito é, ainda, de elevar a importância de “vincar o enorme passado deste tipo de imprensa regional” e, ao mesmo tempo, “deixar bem claro o grande trabalho feito e impresso por um jornal quase com dois séculos de existência”.

Com o título “Setúbal no centro do mundo”, esta obra escrita, que conta com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, resulta da pesquisa de um conjunto de investigadores do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que têm dedicado parte do seu labor à investigação da História Local.

Este empreendimento colectivo conta ainda com a participação de vários outros investigadores que se têm especializado em estudar a História da cidade de Setúbal nos séculos XIX e XX, “responsáveis por uma produção historiográfica de grande mérito”.

“Considerámos que era importante ter a maior envolvência possível de investigadores, por isso quisemos ter o contributo de historiadores reconhecidos que se têm especializado em estudar a História da cidade de Setúbal nos séculos XIX e XX”, acrescenta o director d’O SETUBALENSE.

Ao todo são 19 autores, entre historiadores seniores e jovens, coordenados pelo professor Albérico Afonso Costa, sendo um dos autores o professor Viriato Soromenho Marques, que assina também o prefácio da obra.

História em seis capítulos

“Setúbal no centro do mundo”, que nas livrarias será vendido com O SETUBALENSE, é composto por seis capítulos. No primeiro, refere a importância d’ O SETUBALENSE, fundado em 1855, como espaço de memória e cultura, onde sublinha o jornal como recurso histórico. O capítulo termina com uma breve história do jornal.

O segundo capítulo é dedicado aos temas locais, tendo sido feita a selecção desde a fundação do jornal, de temas tratados nas suas páginas, seguindo, no essencial, uma ordem cronológica. Aqui, os autores partiram da informação d’ O SETUBALENSE e de outras fontes relevantes, para enquadrarem e sintetizarem esses acontecimentos.

Para o terceiro capítulo foram seleccionadas algumas dezenas de figuras históricas setubalenses que se destacaram nas várias áreas de intervenção humana, na história da cidade – algumas no próprio jornal O SETUBALENSE –, que contribuíram para a identidade de Setúbal.

No quarto capítulo, é apresentada uma selecção de algumas das principais páginas culturais que o jornal albergou ao longo da sua existência. No capítulo seguinte foi escolhido um conjunto alargado de temas nacionais e internacionais que foram objecto de análise no jornal.

Por fim, no sexto capítulo sobre as vivências do quotidiano, os autores do livro foram desafiados a escolher n’ O SETUBALENSE pequenos factos e assuntos que foram notícia pela sua originalidade, estranheza ou curiosidade e que, por isso, fizeram sentido serem divulgadas.

“Mais do que homenagear o jornal, entende-se que este livro deverá chegar à comunidade, em particular às escolas, servindo como suporte pedagógico a utilizar pelos alunos de forma a poderem debater e conhecer a cidade em que vivem, não apenas nas aulas de História, mas também nas várias disciplinas de ciências sociais”, avalia Francisco Alves Rito.

O lançamento do livro “Setúbal no centro do mundo”, no mês de Julho, contará com a presença dos autores numa cerimónia pública para a qual serão convidadas as mais altas individualidades da comunidade regional e nacional.