Uma vitória nacional com importância para a Europa

Uma vitória nacional com importância para a Europa

Uma vitória nacional com importância para a Europa

, Eurodeputado do PS
17 Junho 2024, Segunda-feira
Eurodeputado do PS

As eleições europeias aconteceram em Portugal num cenário pouco habitual, ao terem ocorrido apenas alguns meses após as eleições legislativas de 10 de março. Se, por um lado, esta circunstância abriu espaço a que tenha havido um debate mais aprofundado sobre “questões europeias”, algo que não era comum em eleições anteriores, por outro, o facto de o governo ter um apoio parlamentar minoritário, fez com que esta campanha fosse ainda percebida como uma continuação da anterior.

No distrito de Setúbal, o Partido Socialista voltou a conseguir uma vitória clara, repetindo uma das melhores marcas nacionais para o PS. Tendo tido o privilégio de servir no Parlamento Europeu nos últimos dois anos, foi com redobrado orgulho que verifiquei que na minha terra, o Barreiro, o PS teve o melhor resultado do distrito de Setúbal. Assinalo também que, no nosso distrito, como no país, as forças populistas viram goradas as expectativas de um bom resultado e não tiveram outra alternativa que não admitir a pesada derrota. Por outro lado, as posições da CDU em questões de política externa, em particular em relação à Ucrânia, acentuaram a tendência de declínio eleitoral dos comunistas.

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A nível nacional, o PS venceu estas eleições. E venceu-as num contexto difícil – com o governo totalmente empenhado na campanha e anunciando medidas eleitoralistas em catadupa – conseguindo eleger oito eurodeputados e mantendo-se como a maior delegação portuguesa no Parlamento Europeu. A manutenção de uma delegação socialista forte no Parlamento Europeu é um excelente sinal e a prova de que o eleitorado se pode estar a reconciliar com o PS, enquanto reconhece o seu forte legado político na Europa. Realço, igualmente, o facto muito positivo de que as forças pró-europeístas e democráticas são a larga maioria dos deputados portugueses nesta nova legislatura e que a participação eleitoral subiu mais 6 pontos percentuais, com mais 600 mil eleitores, face a 2019.

Na análise mais alargada dos resultados europeus, os sinais não são tão positivos quanto os que encontramos em Portugal. Em França, Itália e Áustria a extrema-direita saiu vencedora, e na Alemanha teve um resultado muito expressivo, tornando-se a 2ª força política. Se juntarmos o bom resultado da extrema-direita nos Países Baixos e na Bélgica, verificamos que o centro da Europa é hoje dominado por forças políticas da direita conservadora ou da extrema-direita. Numa altura em que a Europa revive o seu momento Chamberlain vs. Churchill, com a guerra às nossas portas e uma polarização das relações entre os Estados Unidos e a China, não nos podemos dar ao luxo de ceder às respostas simplistas e populistas que estes partidos propõem para o nosso futuro comum. Precisamos de reforçar a dimensão democrática do projeto europeu, aprofundar as dimensões da segurança e da defesa, consolidar a dimensão social e continuar a implementação do pacto ecológico europeu. A vitória do Partido Socialista no distrito e no país é, neste contexto, ainda mais importante e a garantia de que continuamos a ter um conjunto de deputados empenhados na defesa de soluções para os problemas reais dos setubalenses, dos portugueses e dos europeus.

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