O nosso actual Papa Francisco diz que a nossa sociedade é um túnel sem fim de miséria que exclui a maioria da população, e que tal situação é insustentável. Na realidade 1% da população mundial detém 50% de toda a riqueza do planeta, ou dito de outra maneira talvez mais chocante , 80 pessoas detêm fortunas que igualam o rendimento de 3,6 biliões (!) de pessoas, o resto da população mundial. È por isso urgente que se crie uma nova modalidade de desenvolvimento, que se dê vida a novos modelos empresariais que promovam o necessário desenvolvimento, usando as tecnologias mais avançadas mas que criem trabalho digno, consolidem os direitos sociais para todos, em que a tecnologia e a robótica não destruam a pessoa humana, e…protejam o ambiente, pois há uma relação evidente entre a pobreza e a actual fragilidade do planeta, o que exige um novo estilo de vida. Diz o Papa Francisco: “Precisamos de uma conversão que nos una a todos e nos liberte da escravidão do consumismo”, e acrescenta noutro momento : “a actual cultura do bem estar anestesia os mais desfavorecidos”. Temos vindo com alguma insistência falando nestas nossas crónicas que é urgente mudar o mundo, mas que a maioria do povo está indiferente a esta necessidade, sentindo-se apenas um despertar para esta urgência de mudança na juventude, mesmo nos mais jovens que começam a compreender que se está destruindo o nosso mundo actual em que eles irão viver – e surge com frequência nos noticiários e em declarações de pessoa esclarecidas e conhecedoras que os problemas ambientais atuais são o pronuncio evidente dessa destruição. Ele é a poluição atmosférica com os gazes de efeito estufa, ele é o degelo dos polos e a subida dos oceanos , ele é a ameaça de desaparecimento de várias espécies de animais e de vegetais alterando os equilíbrios do ambiente, ele é (está na ordem do dia) a poluição dos oceanos pelos plásticos, ele são o aumento de frequência de cataclismos naturais com grandes inundações, ou ciclones ou chuvas torrenciais, destruindo plantações, casas e causando vítimas humanas, em geral das pessoas mais pobres que habitam em bairros periféricos das grandes cidades ou em regiões de grande pobreza e atraso civilizacional.
Quando se verá uma luz intensa e firme ao fundo do túnel?
Uma sociedade nova, diferente, exige pessoas que vivam o presente com paixão e abracem o futuro com esperança. E o que vemos por esse mundo fora? Ameaças de guerra, conflitos aqui e ali que podem gerar conflitos de grande dimensão, vemos um Trump que diz não acreditar nos problemas ecológicos, vemos a União Europeia em perigo de se desmembrar com o Brexit ou a subida política das extremas direitas eurocépticas e com encobertas ambições totalitárias – a subida nas últimas eleições europeias dos Verdes são uma réstea de esperança que a queda para um abismo possa não acontecer. Mas o poder decisivo, por este mundo fora, do capital, com a sua ânsia de lucro a qualquer preço, e em conluio com os políticos mantem os nossos receios!
É preciso tomar mesmo consciência do perigo que se aproxima, é preciso que o povo use a sua liberdade e o seu sentido cívico e não deixe as soluções nas mãos só dos políticos. Os que se dizem católicos devem ouvir o Papa Francisco que mostra constantemente a sua preocupação com o futuro das nossas sociedades e apela constantemente a uma “guerra da ternura”, à solidariedade com os das periferias, os pobres, os idosos, os doentes, os refugiados e os imigrantes. É necessário viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança! É preciso e urgente que se viva o Amor pois o Amor faz acontecer! Não é estático, é uma força dinâmica!