O tempo de todos os desafios

O tempo de todos os desafios

O tempo de todos os desafios

14 Junho 2021, Segunda-feira
Clarisse Campos

Os próximos anos serão de extrema importância para o nosso País. Serão, a diversos níveis, decisivos sobre que futuro queremos e conseguimos construir no território nacional, como resultado do que alcançarmos ao nível dos nossos concelhos e regiões.

O próximo mandato autárquico coincide com o despertar de Portugal após a fase de pesadelo que vivemos devido à Covid 19. Coincide também com a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com a conclusão do processo de descentralização de competências para as autarquias e as comunidades intermunicipais.

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Quer isto dizer que os municípios terão enquadramento e meios para, como já tantas vezes provaram, ser a alavanca que impulsiona as suas gentes e os seus concelhos, em cuja vivência estão presentes de forma muito vincada.

Neste processo, tem de haver capacidade dos autarcas, estratégia e ambição. As equipas têm de ser capazes de ouvir, integrar e agir.

Não nos podemos resignar a regressar ao ponto em que estávamos antes da pandemia. Devemos almejar ir mais além. Devemos ser capazes de sonhar, planear e executar essa visão de futuro, e saindo reforçados deste período de dificuldades, utilizando o PRR como impulso para alcançar os objetivos a que nos propusermos, para melhor nos coordenarmos e para reduzirmos desigualdades e assimetrias.

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A descentralização de competências, em áreas essenciais como a saúde, a educação, a ação social ou os transportes, acompanhada das verbas para que essa transferência seja plena e eficaz – vai aproximar as pessoas das decisões que influenciam as suas vidas.

As câmaras e as juntas estão na primeira linha de proximidade. Podem, com toda a propriedade, indicar o caminho, pois possuem o conhecimento local e a abordagem de conjunto nas comunidades intermunicipais  que compõem.

E, os investimentos agora permitidos pela chamada “bazuca europeia”, têm de ser reprodutivos, não se esgotando em si, mas multiplicando-se em desenvolvimento e qualidade de vida.

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A aposta criteriosa e clara no movimento associativo, essa malha de solidariedades e complementaridades que tão próxima está das pessoas; bem como a qualidade e transparência dos serviços públicos, tornando o acesso e as respostas mais rápidas, mais fáceis, eficientes e “amigas” do cidadão, são metas que urge atingir.

Da mesma forma, uma gestão criteriosa das fontes de receita, sem sobrecarregar os munícipes, mas tornando a política fiscal elemento de atração, são outros dos desafios dos municípios nos próximos anos.

A administração tem de ser aberta, participada, reconhecendo ao cidadão o direito, que é seu, de saber como é gerido o seu concelho, fomentando o espírito crítico fundamental para que contribua para o engrandecimento da sua comunidade, sendo ele próprio veículo da divulgação daquilo que a terra onde vive tem de melhor, de maior qualidade, de especial interesse e diferenciação.

Esta “onda” positiva, que parte do bem-estar de cada um, na sua família, na sua rua, no seu concelho, contribuirá para relançar o País como um todo, não só a economia, mas igualmente o ânimo, puxando para cima o estado de espírito que a pandemia quebrou. A resiliência individual, de cada comunidade, fomentará a de Portugal que, por sua vez, retornará esses efeitos positivos aos cidadãos.

Esta é a oportunidade de fazer bem e criar alicerces firmes e fortes que nenhuma pandemia ou crise possa voltar a vergar.

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