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O Salário Mínimo Nacional

O Salário Mínimo Nacional

O Salário Mínimo Nacional

13 Outubro 2020, Terça-feira
José Luís Ferreira

Bem sabemos que existem forças policias para quem nunca é oportuno proceder ao aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN). Se não é por isto, é por aquilo, mas nunca é o tempo para proceder ao seu aumento. Mas também sabemos que o nosso País não pode continuar a apostar numa política de baixos salários, não só porque isso representa uma forte injustiça para milhares e milhares de famílias, como também porque os baixos salários em nada contribuem para a dinamização da nossa economia, bem pelo contrário.

Por isso, torna-se, a nosso ver, absolutamente imperioso proceder à valorização salarial, porque é uma forma de garantir mais justiça na distribuição da riqueza produzida e, ao mesmo tempo, promover o aumento do poder de compra e a melhoria das condições de vida das pessoas que trabalham e das suas famílias.

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Para além disso, a valorização dos salários em geral e em particular do SMN, traduzir-se-á também num contributo para a recuperação e a dinamização da economia e da procura interna e, por consequência, para a produção nacional e a criação de emprego, como, de resto, ficou visível durante a anterior Legislatura.

Uma Legislatura que veio repor, ainda que pouco, o poder de compra das famílias, mas que foi o suficiente para se perceber a importância da reposição do poder de compra, na dinamização do mercado interno e com reflexos muito positivos na nossa economia.

Sucede que o SMN, apesar do aumento que conheceu nos últimos anos, continua muito baixo. E continua muito baixo, a todos os níveis e de todos os ângulos de análise.

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É baixo quando comparado com o salário mínimo dos restantes países da União Europeia, é baixo quando fazemos uma leitura sobre as desigualdades salariais e sociais no nosso País, e é baixíssimo, a roçar até a insustentabilidade, quando olhamos para o custo de vida dos portugueses.

Basta, de resto, constatar que o salário mínimo, vale hoje menos do que valia em 1974 e, em termos reais, vale atualmente menos 10% do que valia há cerca de 40 anos.

E mesmo com os acrescentos que conheceu nos últimos anos, a realidade mostra, e de forma muita clara, que atualmente, uma parte considerável dos portugueses, apesar de estar empregada, vive em situação de pobreza.

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Quer isto dizer que ter emprego não é, por si, condição para sair da pobreza, uma vez que o valor do SMN é ainda demasiado baixo para assegurar as necessidades básicas dos trabalhadores e das suas famílias.

Recorde-se ainda que o SMN chegou mesmo a estar congelado entre 2011 e 2014, altura em que o governo PSD/CDS procedeu a um pequeno aumento, manifestamente insuficiente para dar resposta às necessidades mais básicas dos cidadãos, principalmente tendo em conta todo o cenário de ataques e ofensivas promovido por esse mesmo governo, no que diz respeito aos rendimentos e direitos sociais e laborais.

Torna-se de facto, imperioso proceder a um aumento do SMN que consiga ser justo e tirar as pessoas da pobreza. Porque é disso que se trata, tirar as pessoas da pobreza.

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