Volto hoje ao convívio dos meus leitores habituais e não queria falar-vos da Covid19 que apoquenta toda a gente por esse mundo fora e, claro, também entre nós – estamos fartos das discussões , dos números e dum constante “passa culpas” sobre quem é responsável pelas mortes aqui ou ali.

A realidade é que nem peritos, nem médicos, nem epidemiologistas, nem cientistas, e muito menos políticos, têm certezas nas afirmações que fazem. Não queria igualmente entrar na estúpida contenda entre o nosso Primeiro Ministro e o Bastonário da Ordem dos Médicos.

Nem falar dos critérios dos corredores aerios daqui para ali baseados muitas vezes em interesses económicos que a mobilidade do turismo provoca. Já olho com outro interesse na agitação que cresce em muitos países pela violência policial depois aproveitada pelo descontentamento geral que invade o povo , seja pela pobreza que aumenta em muitos países, seja pelos problemas rácicos, geralmente baseados na cor da pele ou mesmo pelos antagonismos religiosos . Este problema do racismo, todo ele envolvido por problemas políticos, está afetando especialmente os homens (e as mulheres, claro) pela morte violenta de alguns negros, até entre nós. E é sobre essa realidade que quero fazer algumas reflexões.

Saberá toda a gente que no processo evolutivo dos seres vivos, que decorre há milhões de milhões de anos, os primeiros homens , dignos desse nome pela posição bípede e por terem o maior desenvolvimento cerebral, apareceram na costa leste do continente africano? Ali mais ou menos onde é o Quénia? Saberá toda a gente que dali foram caminhando para os quatro cantos do nosso mundo atual , podendo afirmar-se que , verdadeiramente o Adão e a Eva da simbologia criacionista seriam negros? É bom que não nos esqueçamos portanto que todos nós, seres humanos de hoje que se matam e se violentam por causa da sua cor de pele , tiveram origem africana!

É assunto que está verdadeiramente aceite pela ciência baseado no estudo dos ossos, e não só, encontrados nas escavações feitas pelos que se dedicam a essa procura e a ao estudo das nossas origens. E é claro que a maioria dos homens de pele negra atuais são descendentes do tráfego de escravos saídos do continente africano há umas centenas de anos pelos homens que , por sua vez, como dissemos , tiveram a sua origem milenar …no continente africano. E como a ciência dos homens tem progredido desse há milénios atingindo nos nossos tempos um desenvolvimento extraordinário, sabe-se hoje pelo estudo genético – isto é, pelo estudo íntimo das nossas células – que em cada um de nós há uma mistura quase infinita de genes pelo cruzamentos de muitas raças que foram migrando por este mundo fora.

Não podemos, nem devemos, pensar em “raças puras” pois nos vem de imediato à memória a maior vergonha da Humanidade que foi o Holocausto, que foram os campos de concentração do nazismo!! Por aqui, em Portugal, tivemos árabes, romanos, e muitas dessas outras raças que há muitos séculos migravam em grandes movimentações, de várias origens rácicas. Perante estas realidades, não é uma prova de – pelo menos – de ignorância – ter esses preconceitos rácicos? Não somos, todos nós, o resultado dessa mistura de raças? Ninguem é superior a qualquer outro por ter uma cor de pele diferente, ou uma religião diferente, ou olhos azuis ou verdes ! Saberão, por exemplo, os que se dizem cristãos , qual seria a cor da pele de Jesus? Amigos!

Não escutemos quem defenda racismos! E, para terminar esta reflexão, não esqueçamos igualmente que este (ou qualquer outro) corona vírus não conhece raças!! E Afinal sempre acabei a falar da pandemia !!!