A compra de casa tem sido nos últimos anos o óbito da segurança nas finanças pessoais de muitas famílias.
Nos últimos anos voltámos a ter o mercado imobiliário super inflacionado onde a avaliação bancária fica muito acima do VPT, cenário já antes vivido e que teve um fim trágico para muitos portugueses, ainda assim não serviu de lição.
Para supostamente moderar o endividamento, o regulador de crédito impõe que a instituição bancária financie apenas 80/90% máximo do valor de avaliação. Assim se iniciam as negociatas paralelas para se adquirir o bem, para o qual não se reúnem condições financeiras para obter, pois grande parte dos compradores não tem o adicional ao valor financiado para fazer face á compra, mas têm o sonho de ter a sua casa, a que nunca será deles e não o percebem .
Começam assim os esquemas para o endividamento, entrada de processo de pedido de crédito habitação na banca tradicional em geral, sem preferência por uma instituição bancária, mas apelando a todas, seguindo a aprovação e posterior aceitação pelo comprador da instituição que supostamente melhores condições oferece ou da única que corre o risco de financiar, impondo esta um rol de produtos bancários, inerentes à aprovação do crédito que acrescem o encargo mensal mas que não é notado pelo consumidor na aceitação, em simultâneo vai o agente encarregado da intermediação da venda recorrer a financeiras para obter paralelamente o valor em falta . Como o crédito adicional é solicitado em simultâneo ao credito bancário, não está registado na central de responsabilidades do Banco de Portugal, e a taxa de esforço do comprador para crédito bancário em analise, não reflete esse aumento, o banco não tem como tomar conhecimento do enorme aumento do risco.
A conversa que leva ao sonhador acreditar é que a prestação do adicional é só 84, 96 ou ainda 120 meses, ora isto é o verdadeiro tiro na cabeça do comprador, se ao ser financiado pelo banco existe uma taxa de esforço financeiro no limite, esta família vai ficar com a sua situação económica muito condicionada, na grande maioria das famílias o crédito durará até aos 80 anos de vida, ou seja a vida toda, a casa de sonho só será deles depois dos 80 anos se lá chegarem, a casa é do banco até findo o credito, se falham uns meses mesmo depois de 20 anos de pagamento regular ficam sem esta tal como o dinheiro que lá gastaram, se este adicional não entra para o calculo da taxa de esforço, porque foi de forma ardilosa
conseguido, essa mensalidade inerente extravasa toda a segurança financeira do agregado familiar, ora para a grande maioria dos portugueses a aquisição do imoveis foi a um preço irreal e com taxa de juro associado sem relevância, porque estávamos com uma taxa de juro muito perto dos zero, grande parte das aquisições de imoveis dos últimos 5 anos foi apenas acrescido de um spread, atualmente os juros ainda que de forma ligeira começam a subir, os adicionais ainda estão a decorrer e os ordenados não mexeram, o resultado final tende a ser assustador.