12 Junho 2024, Quarta-feira

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O Futuro da Europa de Schuman

O Futuro da Europa de Schuman

O Futuro da Europa de Schuman

Celebrámos no passado dia 9 de maio o dia da Europa. Uma data infelizmente pouco celebrada em Portugal, mas que assinala o momento em Robert Schuman apresentou em Paris, a proposta com as bases fundadoras daquilo que hoje conhecemos como União Europeia.
Esta efeméride é por si só merecedora de destaque pelo fundamental contributo que teve na construção da Europa que conhecemos hoje, mas ganha especial relevância quando nos aproximamos rapidamente das próximas eleições europeias, que terão este ano uma maior importância, não só pelo clima de instabilidade social e humanitária que envolve o velho Continente, mas também pelo perigo do crescimento dos populismos ligados à extrema-direita.
Do ponto de vista internacional, a Europa debate-se com uma guerra há mais de 2 anos na Ucrânia, após a invasão da Federação Russa, numa tentativa de anexação do território ucraniano e de expansão do território russo.
Este é um conflito que deve ser analisado do ponto de vista internacional, mas também europeu, dada não só a sua dimensão, mas também as consequências que traz para a própria estabilidade europeia. Quer seja pela falta de matérias-primas – produzidas em massa nas regiões em guerra – à desregulação causada pela crise inflacionista que se vive um pouco por todo o mundo, mas passando também pela crise humanitária que volta a pairar sobre algumas regiões da Europa, a existência de um conflito bélico no velho Continente demonstra uma vez mais ser um dos principais fatores não só de instabilidade social, mas também politica, promovendo o crescimento de ideologias cuja memória desejava há muito ter esquecido, mas que dia após dia tardam em desaparecer.
Enfrentamos, portanto, a ameaça crescente da extrema-direita, cada vez mais entrincheirada não só nos países da União, mas também por todo o velho Continente. Este crescimento cada vez mais acentuado do populismo encerra em si mesmo um problema fundamental no seio da Europa de Schuman, transformando-se num conflito direto com a Carta da União Europeia, cujo preâmbulo afirma “A União baseia-se nos Valores indivisíveis e Universais da dignidade do ser humano, da liberdade e da igualdade e da solidariedade”, mas também “contribui para a preservação e o desenvolvimento destes valores comuns, no respeito pela diversidade das culturas e tradições dos povos da Europa”.
E aqui talvez seja importante fazer um paralelismo com Portugal, por forma a perceber melhor a dimensão do crescimento da extrema-direita em todo o espaço europeu. Até há poucos anos, Portugal era tomado como um exemplo de país que fugia ao crescimento do populismo e cujo parlamento não tinham na sua constituição nenhum partido populista. Infelizmente tal já não acontece e atualmente o nosso Parlamento conta com 50 Deputados da extrema-direita, acabando com o mito de que estas forças populistas não chegariam à ponta mais Ocidental da Europa.
Pois bem, aqui chegados, importa tirar ilações sobre os motivos que levam ao crescimento dos extremismos que põem cada vez mais em causa a construção do projeto europeu, tal como Schuman idealizava em 1950. Sendo certo que não é possível fazê-lo com os caracteres contados, aponto aqui uma das soluções que os decisores políticos deveram ter em mente. Os Jovens!
As eleições para o Parlamento Europeu são uma oportunidade para envolver os jovens na política europeia, mas também na resolução dos problemas da sua comunidade. O futuro da União recaí sobre esta geração, que é mesmo a mais qualificada de sempre, que cresceu com o Projeto Erasmus e que conheceu o desenvolvimento do país com a ajuda dos Fundos Comunitários. Esta nova geração é o futuro e sonha mesmo com uma Europa unida. Menos que isso é uma traição ao sonho europeu de Robert Schuman.

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