O Bloco Central ataca de novo

O Bloco Central ataca de novo

O Bloco Central ataca de novo

6 Dezembro 2021, Segunda-feira
José Luís Ferreira

Apesar da convergência que os Partidos à esquerda conseguiram nestes últimos seis anos, durante os quais, não só se colocou um travão às políticas de austeridade e à destruição do país, como ainda se alcançaram importantes conquistas, houve, no entanto, durante esse mesmo período, matérias que o PS preferiu “cozinhar” com o PSD, e portanto, à “moda” do Bloco Central, porque certamente com os partidos à esquerda a “moda” não seria a que o PS pretendia. Deixo alguns exemplos.

O fim dos debates quinzenais com o Primeiro Ministro ou as dificuldades criadas para a discussão das Petições.

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A reposição das freguesias extintas pelo PSD e CDS, matéria sobre a qual, o PS, rejeitando as propostas à esquerda, preferiu negociar com o PSD uma solução que vai impedir a reposição de muitas freguesias.

O mesmo se passou com às alterações ao regime das CCDR´s, com o PS e o PSD a negociarem um quadro que mais parecia estarem a distribuir lugares entre o Bloco Central, e ao mesmo tempo a procurar remeter o processo de regionalização para as “calendas gregas”.

Também em matéria laboral, o PS escolheu rejeitar as propostas à esquerda no sentido de abandonar as heranças laborais do PSD/CDS, para em conjunto com o PSD duplicar o tempo de período experimental, ainda por cima num governo que tinha o combate à precariedade como uma das suas bandeiras, quando o período experimental representa o extremo dessa precariedade.

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Mais recentemente e a propósito de uma proposta dos Verdes, o Bloco Central foi novamente ressuscitado.

Em causa estava a proposta dos Verdes para tornar gratuito o transporte público para pessoas com deficiência, pessoas desempregadas e estudantes do ensino obrigatório.

De facto, a Mobilidade para além de ser um direito em si mesmo, é também um instrumento de acesso a outros direitos como a saúde, a justiça ou a educação.

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Por outro lado o combate às alterações climática, tem de passar pelos transportes, que é um dos sectores que mais contribui para a emissão de Gases com Efeito Estufa.

Logo, dotar o país de uma política de mobilidade que seja capaz de transformar o transporte público numa verdadeira alternativa à utilização da viatura particular é absolutamente central neste combate. E o preço do título do transporte é a variável com mais peso na decisão dos cidadãos, quando podem optar pelos transportes públicos.

Por isso Os Verdes propuseram a gratuitidade dos transportes coletivos para estes segmentos populacionais, por razões de justiça social, mas também, no que diz respeito aos estudantes, para gerar hábitos saudáveis de utilização dos transportes coletivos, para que, no futuro, não sintam o ímpeto de substituir esse modo de mobilidade pelo automóvel particular.

De resto, enquanto Portugal discute propostas como a gratuitidade para alguns segmentos da população, há países que já estão a apostar nos transportes públicos gratuitos, a chamada tarifa zero. E esse é o caminho, um caminho que PS e PSD não querem seguir e por isso chumbaram a proposta dos Verdes. É caso para dizer, o Bloco Central ataca de novo.

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