Passados todos os recentes festejos natalícios, uma verdadeira aberração provocada por esse espírito comercial que se apoderou da época e do público em geral. Aberração, já o dissemos aqui, pois comemorar o nascimento do “menino” mais pobre e mais abandonado que nasceu naquele famoso dia não é só uma aberração, mas um verdadeiro atentado àquele que virá a ser o maior testemunho duma maneira de viver e dará a sua própria vida na defesa dessa maneira de viver: pobre e para os pobres e doentes ou abandonados.
Embora as luzes, os festejos e o tremendo estímulo aos negócios se mantenham com grande intensidade, a verdade é que o Natal já lá vai e é necessário começar a pensar que o atual ano vai acabar e esperemos que sem se concretizarem as desgraças que nos estão ameaçando, uma guerra total mesmo sem armas atómicas ou a ameaça ecológica que os cientistas vaticinam para três ou quatro décadas.
A realidade é que o tempo não para a Terra não para de rodar e o tempo segue inexoravelmente a sua marcha.
E será, portanto, neste Ano Novo que deveremos fixar os nossos esforços para mudar o que está mal e errado, dando início a uma nova maneira de viver e de atuar. Entramos num período de esperança, agora sim num tempo propicio a mudanças. Dizem as velhas tradições que a esperança é a última coisa a morrer.
Antes de me sentar diante deste computador tentei ouvir notícias – e que ouvi eu? Dois pilares da Europa estão de rastos, a França e a Alemanha. Os engravatados continuam a ter reuniões com muitos representantes, mas há um novo local onde se misturam os interesses internacionais e onde podem eclodir lutas de poder: na Síria.
Em vários países aproximam-se períodos eleitorais cujos resultados se ignoram! Os grandes do poder até falam em fazer concursos de quem tem o foguetão mais poderoso, parece que estão a jogar aos dados! Nos locais onde grassam há três anos lutas e guerras com centenas de mortos, tudo está na mesma e até se fala em ativar a luta para se criarem melhores condições para negociar a paz. No princípio do novo ano vamos ter à testa do país mais poderoso (dizem) um novo chefe e aguarda-se com a tal esperança que isso traga profundas mudanças políticas… É a tal esperança.
Nos céus continuam a cruzar-se armas explosivas, nas cidades dos mais beligerantes países, continua-se a matar mulheres e crianças … Com o Ano Novo vem a esperança. Será assim?
Eu, com os meus quase cem anos de vida e de luta pelo triunfo do amor e da fraternidade, confesso que o Ano Novo me traz mesmo uma dose de esperança!
Que cada um que me ler tenha mesmo uma dosesinha de esperança neste novo ano, porque muitos poucos fazem muito!