1 Julho 2024, Segunda-feira

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O altar da Europa

O altar da Europa

O altar da Europa

, Médico
10 Março 2022, Quinta-feira
Mário Moura - Médico|

E m muitas religiões do antigamente era prática normal fazer a oferta aos deuses todo poderosos o sacrifício de animais e mais raramente sacrificar pessoas humanas. Dizem as tradições também que o nosso Deus chamou Abraão ao cimo do monte e que levasse o seu filho para o sacrificar como prova da sua fé e obediência.

Claro que Abraão, homem de muita fé obedeceu, mas ao chegar ao fim da montanha se deparou com um carneiro para fazer a tal oferta sacrificial – este Deus, ao fazer Abraão o pai de todos os credos, era um Deus de Paz e fraternidade. Ao fazer esta introdução meio histórica meio religiosa estou com o pensamento na agressão de Putin à Ucrânia.

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Estou com as imagens angustiantes que há uns quinze dias vemos de manhã à noite e em todos os canais televisivos, da destruição de bairros inteiros em várias cidades da Ucrânia, das imagens de milhares de pessoas – mulheres e crianças, muitas crianças, fugindo das bombas assassinas enviadas de muito longe pelos exércitos de Putin.

Este autêntico czar encobre os seus sonhos de voltar a construir um império dos Urais ao pacífico – tradição de há séculos da grande Rússia. A mesma ambição foi realizada pelos soviéticos comunistas depois de Lenin e de Estaline até Gorbatchov, ocupando países à sua volta e depois da última Grande Guerra chegaram até Berlim “engolindo” na sua órbita vários países que, depois da queda do muro dividia a Alemanha em duas, se foram tornando autónomos.

E durante todo o crescimento da URSS, esta tornou-se uma potência poderosa que começou a fazer frente aos mandantes do mundo que eram os Estados Unidos da América.

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E ambos, neste choque se foram armando “até aos dentes”, e estiveram num momento na iminência de se destruírem mutuamente numa guerra atómica. Países da Europa depois da guerra formaram a “União Europeia” e, encostando-se à América formaram um pacto de defesa contra a URSS – a Nato.

Não falando por agora na outra grande potência que é a China – o verdadeiro adversário actual dos Estados Unidos – eis que o tal Putin não tolera à sua porta um país que quer viver democraticamente à maneira do ocidente – a Ucrânia – e resolve atacá-lo.

Ora como ela não pertence à Nato (que é uma organização defensiva) os países europeus e a América (o que tem a força!),respondem aos gritos de angústia do povo ucraniano, com “gritos de simpatia”.

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E o mundo ocidental angustia-se com a tragédia, e o tal Putin até faz ameaças de usar a sua força atómica, e de positivo é apenas (e não é verdadeiramente pouco) o enorme movimento de solidariedade com os ucranianos em luta e com as famílias que fogem.

E estamos a assistir a um verdadeiro sacrifício para defender a Europa. Estamos participando num verdadeiro “acto religioso” do povo ucraniano para acalmar a capacidade destruidora do poder atípico que um louco pode disparar!

E bem sabemos que tal acto de loucura não é inédito – que o diga o Japão ao cair sobre Hiroxima a primeira bomba atómica. Que o digam os alemães do tempo de Hitler ao verem, por exemplo, a cidade de Dresden arrasada por uma nuvem de bombardeiros despejando bombas que deixaram a cidade num “amontoado de cascalho”.

Os homens – todos os homens – têm um lado bom e um lado mau! Os fazedores de guerras mostram o lado mau e todos os que se unem para ajudar solidariamente o povo ucraniano, mostram o lado bom dos homens.

O que desejamos é que o “acto sacrificial” do povo ucraniano faça com que este lado bom dos homens se mantenha para a construção dum mundo novo onde reine a fraternidade!

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