Na minha juventude, no liceu ou depois na universidade, cantávamos com facilidade e a um qualquer pretexto este verso! Vivíamos em ditadura, com polícia secreta e com censor obrigatório. A Liberdade era uma aspiração, em especial para quem se “armava” em jornalista. Tal aconteceu comigo, que fui diretor da Associação Académica de Coimbra, onde dirigi o jornal da Academia, a Via Latina, tentei pôr no ar uma rádio Académica (que funcionou 48 horas!). Nessa época, quantas vezes nos apetecia trautear “liberdade, liberdade: Quem a tem chama-lhe sua!”.
Licenciei-me em Medicina e vim trabalhar para Setúbal e aqui casei e constituí vida e a breve trecho dirigi um jornal, o Noticias de Setúbal. Comecei a luta com a censura! Tantos artigos deitados fora e até tive dificuldades para ocupar lugares médicos de chefia. Liberdade, liberdade, quem a tinha chamava-lhe sua!
Após o golpe militar de 25 de Abril, com alguma “trepidação”, pudemos começar a cantar “liberdade, quem a tem chama-lhe sua! “. Portugal entrou no conjunto dos países democráticos ao lado dos países do Ocidente Europeu.
No mundo Ocidental há países com Democracia a sério e alguns “assim- assim”. Há países grandes, médios e pequenos como o nosso. E nesses grandes e mais poderosos há uns bem defensores da liberdade e outros que se vão desviando conforme os seus interesses e poder! E, entre esses grandes e poderosos, tínhamos como verdadeiros defensores da liberdade, os Estados Unidos da América, talvez dos mais poderosos e grandes fabricantes de armamento.
O Capitólio, a sede do governo americano era, com a Estatua da Liberdade, os verdadeiros símbolos dessa liberdade. No entanto, presentemente, temos no poder um tal Sr. Trump que não dá importância às regras com que a sociedade se movimentava e pretende fazer (e faz!) o que convém aos Estados Unidos da América. Nem lhe escapam alterações aos nomes habituais nos mapas atuais da geografia. Mas o mais grave é a alteração, a seu belo prazer, nos impostos do comércio que os Estados Unidos realizam com os seus vizinhos. Ele personifica a lei, a sua lei.
É altura de começarmos a cantar: “Liberdade, liberdade: Quem a tem chama lhe sua!”.
O mundo está alvoraçado!