1 – A Inglaterra consumou o seu abandono da União Europeia, embora com muitos problemas potencialmente difíceis, tanto para ela como para a União. Na realidade emergem de imediato os problemas da Escócia e das Irlandas que podem vir a pôr termo à Grã-Bretanha. Ninguém sabe exactamente a dimensão dos problemas sociais e económicos que vão surgir, bem como os problemas dependentes das migrações ou da mobilidade dos próprios cidadãos britânicos pela União Europeia.
2 – E da parte desta sente-se o tremendo desequilíbrio do potencial inglês que com o francês fazia equilíbrio com a Alemanha. E os problemas económicos são também importantes da parte da UE, além de estarmos perante um abalo à coesão que é a base da UNIÃO europeia – um péssimo exemplo para outros países ainda com débil união às ideias que estiveram – e têm de continuar a estar – na base desta iniciativa que – pelo menos – nos fez viver sem guerras várias décadas. E não se vislumbra como todo este imbróglio possa ter uma solução satisfatória
3- Na própria Inglaterra e em muitos países da União vem-se assistindo a procedimentos e atitudes que mostram nitidamente que a vida democrática tem levado os seus “abanões”. As extremas direitas já “falam alto” e as verdadeiras ideias da direita estão subindo com rapidez notável nos espectros políticos por toda a Europa – até entre nós. Assim a Democracia que devia e deve ser uma maneira de nos organizarmos e pela qual muitos têm lutado através dos tempos parecem estar a perder actualidade. E não se vêm forças para mudar tal tendência.
4- O desenfreado desenvolvimento das tecnologias nos seus diferentes ramos que nasce da inteligência do homem para seu beneficio, para facilitar a sua vida, para lhe proporcionar menos esforços e para lhe desvendar os meandros do infinitamente pequeno e do infinitamente grande, que nos tem revelado até à minúcia dum micra (um milionésimo dum milímetro) até o nosso corpo, ou que cria velocidades que ultrapassam a da luz e calcula e vê à distancia de muitos “anos luz” (299792458 m/s) , tem levado à competição pelo potencial destrutivo da energia atómica, tem quase feito desaparecer a verdadeira relação humana reduzindo a pouco ou quase nada o “olhos nos olhos ou a pele com pele” a materialização da relação humana tão essencial à boa saúde e à boa relação bases da fraternidade, do afecto e do amor. E não se vê um movimento de massas com força para mudar esta situação paradoxal. –
5 – Ai! E as enxurradas, os terramotos, os furacões, as trombas de água ou as secas com o seu companheiro inevitável que são os incêndios incontroláveis. E mais os degelos dos polos, o aumento da temperatura global, a subida dos oceanos, a poluição do ar respirável, a exaustão das terras pelas plantações intensivas +ara aumentar a produção, e extracção dos variados produtos da natureza como o petróleo ou o carvão ou o lítio ou o que for necessário para alimentar indústrias insaciáveis – tudo levando dentro de não muitas décadas à prática inabitabilidade da nossa “mãe terra”.
E não se vê que os governos, os poderosos que financiam o mundo e os políticos de profissão saiam das várias reuniões internacionais para debater estes problemas mostrem uma vontade firme e sincera para resolver este impasse ecológico E deixo por falar muitos mais problemas que contribuem para a manutenção desta ENCRUZILHADA. Será que se mantêm surdos aos movimentos e às manifestações dos jovens em diversas paragens do mundo, pois este problema é GLOBAL ? Apenas a ONU parece levar estes problemas mais a sério corroborando as preocupações manifestadas pelo nosso Francisco de Roma, uma voz incansável no alertar da necessidade de desfazer esta ENCRUZILHADA. Será que pelo menos os que se dizem cristãos não deveriam sentir este apelo como um imperativo ? Não só por ser da voz de Francisco, mas por ser um verdadeiro mandato de Cristo que sempre viveu a fraternidade, a solidariedade e o amor, contra tudo e contra todos os que chefiavam a sociedade em que viveu sem medo, como depois Francisco de Assis.