A espanhola Megasa é um exemplo de total desprezo pelo bem-estar da comunidade envolvente à Siderurgia
Não são só os fundos de capitais que têm comportamentos predatórios, visando o lucro a qualquer custo, e sem a mínima preocupação com as consequenciais nefastas da sua actividade.
Também há empresas com idêntica atitude de falta de escrúpulos.
A espanhola Megasa, detentora da Siderurgia no Seixal, é um exemplo de total desprezo pelo bem-estar da comunidade envolvente à fábrica.
A população de Paio Pires está há anos a ser sufocada, intoxicada e até dizimada pela poluição proveniente da Siderurgia e os responsáveis continuam não apenas a não assumir responsabilidades como até a negar o óbvio.
Na aldeia, os carros e edifícios ficam cobertos de um pó branco suspeito, tendo em Janeiro, durante 13 dias, sido ultrapassado valor-limite de partículas inaláveis. E atenção que essa medição é feita de forma deficiente, por apenas uma e distante (no Laranjeiro) estação de medição.
Desde 2014 que, segundo a Câmara do Seixal, cai também um pó preto proveniente desta industria. O Ministério Público decidiu em Janeiro (finalmente!) abrir um inquérito e mandar a APA investigar as partículas.
Entretanto a empresa continua a dizer, por intermédio do seu director de relações internacionais, que nada de “anormal” ocorreu na produção.
Claro que não houve nada de anormal. Toda esta situação ganhou já normalidade ao ponto, inclusive, de a empresa subverter as medições reduzindo a actividade nas datas dos testes.
Acresce que este quadro beneficia da permissividade, para não dizer pior, das entidades oficiais. A APA parece andar a dormir e o IGMAOT só acordou agora, depois de o MP entrar em acção.
O mais grave é que esta é apenas uma das empresas com esta postura. Há outras, algumas de capitais maioritariamente nacionais, que são idênticas. Vestem a pele de cordeiros protectores do ambiente e são os maiores lobos poluidores que se possam imaginar.