26 Junho 2024, Quarta-feira

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De novo a nossa Igreja!

De novo a nossa Igreja!

De novo a nossa Igreja!

, Médico
7 Setembro 2023, Quinta-feira
Mário Moura - Médico|

Não gostaria de ocupar, de novo, este espaço de informação com problemas da Igreja em Portugal pois, naturalmente, a maioria dos meus leitores não serão certamente cristãos e católicos. Mas estou ainda dominado, não só pelo escândalo dos abusos sexuais, mas também pela grandiosa e impressionante Jornada Mundial da Juventude. E esses dois acontecimentos têm mantido vivos no meu espírito os problemas relacionados com a necessária e evidente reforma a que meteu ombros (e coração) o actual Papa Francisco. A esta hora a que escrevo, está por terras budistas da Mongólia, onde existem pouco mais de um milhar e meio de cristãos no meio de vários milhões de budistas.

Quem me conhece e até certamente quem tem por hábito ler os meus escritos, sabe que sou cristão e católico e fervoroso admirador do actual Papa que desde que foi eleito, sendo o primeiro Papa oriundo da América Latina onde há anos nasceu e floresceu a chamada “teologia da libertação” que se afastava já bastante do bafiento clericalismo anquilosado da nossa Europa.

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Esta Teologia foi condenada no papado de João Paulo II que tinha como defensor da ortodoxia da Fé de Roma, o cardeal Ratzinger, que viria a ser Papa, e que, resignando, fez compreender que os papas não são infalíveis e que a sua nomeação é o topo duma carreira de prelados para a governança da instituição chamada Igreja. Das suas razões para a decisão de renunciar há apenas opiniões, mas abriu a porta a uma época mais sensível a adaptações, não só da estrutura da Igreja, mas igualmente a possíveis “modernizações” e adaptações a um mundo que nunca parou de evoluir e transformar-se, em muitas coisas duma forma radical.

Em especial as ciências levaram o homem a invenções em todos os campos, chegando à construção da “inteligência artificial” que até aos próprios cientistas está dando preocupações. Se o Concilio Vaticano II que durou três anos e donde saíram as mais extraordinárias análises e directivas de modernização da Igreja, poucas mudanças provocou na prática quotidiana de quem se dizia ou se julgava cristão, o nosso actual Papa Francisco quer e encaminha a vida cristã para uma verdadeira revolução! A que ele chama “da ternura”, esperando -se o resultado do próximo Concilio, no fim do próximo ano, intensamente preparado, especialmente com o resultado da audição do verdadeiro “povo de Deus”, afinal todos nós, que nos chamados cristãos, e levando-nos a participar (e com uma boa parcela de mulheres) com os bispos.

E porque venho afinal com este esboço histórico? Não consegui resistir a um impulso ao ver a recente tomada de posse do novo Patriarca de Lisboa. Não deixei de me impressionar e recordar muito do que disse acima, ao ver a pompa, os paramentos dourados, o enorme acompanhamento de dezenas e dezena de bispos e padres que enchiam o templo. Todo aquele espectáculo que certamente não será dos mais ricos em relação a outros, noutras igrejas, noutros países. Mas fez-me lembrar Jesus, as primeiras comunidades cristãs, as cartas de Paulo, o Novo Testamento e o mundo ameaçado em que vivemos, as ondas de refugiados sem acolhimento, morrendo na sua tentativa dum lugar milionário ou simples para viver.  Até me fez lembrar o nosso ordenado mínimo ao lado de centenas de milhares dos que mandam nas nossas vidas.

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É que não consigo dominar os meus anseios dum cristianismo que seja caminho para Deus. Que é o amor e o que fizermos com ele.

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