Quando pergunto se conhecem a A33, faço-o por uma razão muito em particular: para saber como pagam a respetiva portagem.
Desculpem puxar um assunto tão materialista, mas se estamos em época de protestos, há que aproveitar a maré. E falo em maré não porque resida perto de um moinho de maré, mas porque acho que alguns protestos, se não todos, até fazem todo o sentido. Também sei que é muito ruído ao mesmo tempo e o efeito não cumpre o seu propósito. E as consequências para a população podem ser pesadas, evitavelmente. E sei ainda que, por vezes, os mais explorados são os que têm menos voz nestas lutas, como os precários no público e também (não esqueçamos) no privado.
Mas voltemos às portagens.
Se são necessárias pagar, paguem-se.
Sobre isso, eu sou daquelas que ainda prefere pagar as portagens aos portageiros. Não tenho nada contra o progresso, devidamente acautelado, mas continuo a gostar do serviço personalizado. Neste e noutros serviços. E é evidente que também gosto de contribuir para a manutenção dos postos de trabalho, embora ache que o mundo tem que evoluir e o direito inalienável de um emprego digno para todos é sempre possível de garantir.
Mas haja cabines nas auto-estradas, com ou sem portageiros, nos lanços taxados.
E quando não há, como em lanços no troço Coina-Montijo? Aí não obriguem toda a gente a comprar a via verde.
Ou seja: 30 cêntimos, por exemplo, de utilização de um lanço da auto-estrada A33, como não foi paga na própria viagem, têm que ser pagos em agentes ou nos CTT mais próximos que não no próprio dia. Só entre o segundo e o quinto dias. Senão a taxa sofre agravamento.
O que é isto?
Protesto!
E não sou a única.
Protestamos!
Desculpem a aparente insignificância deste protesto, mas até o cidadão menos viajado merece ser tratado com respeito em relação a este serviço prestado, em particular.
Até acreditamos que não haja má fé nesta frequente penalização silenciosa, que vai sendo reincidente vezes demais, mas os condutores, em geral, têm direito a um melhor serviço.
As estradas nacionais também são boas opções, sem dúvida.
Mas será, então, para desmotivar os utentes ocasionais da utilização da A33? Queremos pensar que não.
De certeza que esta modesta reivindicação é relativamente fácil de ouvir e responder à altura.
Não é a conversar é que a gente se entende?