É hoje para mim extremamente doloroso estar atento aos noticiários dos vários órgãos de informação, sejam escritos, de imagem ou de rádio, sem esquecer o grande império das redes sociais que cada vez se tornam mais importantes e dominantes, pois andam permanentemente nos nossos bolsos duma maneira viciante.
À nossa volta, nesta faixa à beira mar plantada, existente à quase novecentos anos com as mesmas fronteiras, vivemos numa preocupação com as contas do país, com a maior ou menor aproximação da Europa de quem estivemos afastados durante a ditadura, vivendo agora a nossa liberdade que é um bem que todos no mundo deviam viver e sentir sem atropelos. Tal não acontece numa das maiores potências da actualidade – a China de Tianamen e que os habitantes de Hong Kong defendem em massa nas ruas, que os habitantes da Formosa sentem ameaçada, para referir alguns casos na ordem do dia dos tais meios de comunicação.
E vivemos um tempo pré eleitoral com promessas “maravilhosas” quer do governo quer da oposição que aliviam os encargos do povo e lhes acenam com aumentos de receita e emendas dos defeitos e deficits dos serviços públicos que dificilmente serão exequíveis. Também entre nós aparecem notícias , muito louváveis, mas que são fantasiosas para os nossos costumes e para o nosso nível educacional, como sejam as prisões sem grades nem celas, por exemplo. E estamos vivendo um debate complicado sobre os problemas do nosso SNS a que faltam médicos e enfermeiros motivados, enquanto crescem as ofertas da Medicina Privada que faz disso o seu “ganha pão” bem lucrativo.
Na Europa, à nossa volta, ainda mal refeitos das ansiedades das eleições para o Parlamento Europeu e para os seus lugares cimeiros, sentimos que a União está longe de o ser, com a saída dos ingleses, com a subida ao poder em vários países do leste europeu, os últimos a aderir, de governos que são afinal eurocépticos, como usa agora dizer-se, e com uma tendência muito evidente duma deriva para a direita, mesmo nalguns países fundadores – nesta Europa deixou de haver uma verdadeira segurança e de se sonhar com uma vivência em harmonia e em entreajuda. O déficit dessa capacidade e vontade de entreajuda é evidente no comportamento perante o êxodo de fugitivos das guerras e das perseguições a quem se nega a entrada ou se internam em campos sem condições dignas sob todos os pontos de vista.
Por esse mundo fora os Estados Unidos da América , encarados desde a última grande guerra como o garante da paz e da segurança no mundo, assiste-se, com o Presidente Trump, a uma tendência isolacionista e a uma única preocupação com os seus interesses económicos. E se fosse só isso, do mal o menos, mas assiste-se a uma conflitualidade perigosa com a China e – em especial – com o Irão, tornando o Próximo Oriente num verdadeiro barril de pólvora.
Assistimos ao despovoamento dum país como a Venezuela nas mãos dum ditador que está deixando o seu país, rico em petróleo, viver à mingua de tudo, desde alimentos, medicamentos e… liberdade.
No Brasil – nosso irmão – além dum desvio para a direita totalitária, campeia a corrupção e – diz-se – uma justiça muito pouco independente. Abrangendo tudo e todos, nos quatro cantos deste mundo, começa-se a tomar consciência de que o nosso planeta está sob ameaça global de se “desorganizar”, numa verdadeira ameaça à nossa sobrevivência, pelas agressões ecológicas devidas ao consumo desregrado (sob a égide dum capitalismo global) das reservas naturais da nossa “mãe terra”, utilizando processos que poluem o ar, que aquecem o planeta, provocando o degelo dos polos , a subida dos oceanos, alterações do clima, com inundações, chuvas torrenciais, tornados frequentes, alterações dos climas que mudam zonas temperadas em quentes afectando colheitas e até o tipo das doenças.
É este o mundo em que estamos vivendo e que é necessário salvar, como diz o Papa Francisco, com “uma conversão social que permita ir ao encontro de problemas como a fome, a insegurança alimentar, a precariedade, a degradação do meio ambiente e a cultura do desperdício”.