A revolução técnico-científica tem sido extraordinária em todos os domínios e toda a humanidade beneficia dela. Mas, entre países e entre cidadãos, de uma forma geral, bastante assimétrica.
É o caso, por exemplo, da rápida descoberta pela comunidade científica, da vacina contra a atual pandemia e em que países já têm altas percentagens de cidadãos vacinados, e outros, baixíssimas.
No entanto, a revolução industrial e agora o desenvolvimento da informática, causaram redução de postos de trabalho. Mas, simultaneamente, acumulação de capital por uma ínfima minoria. É a tão injusta fórmula, os ricos cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres. É a lógica do sistema capitalista. Meia dúzia de privilegiados têm tanto dinheiro como centenas de milhões. E, repare-se nesta contradição imoral; apesar do aumento do desemprego, cresce no mundo, o trabalho infantil.
Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), depois de alguma queda entre os anos 2000 e 20016, nos últimos 4, o número de crianças vítimas do trabalho infantil aumentou 8,4 milhões. Situando-se atualmente, no mundo, em 160 milhões. E, sobretudo, em África, na América Latina, na Ásia, inclusive em países muito ricos em matérias-primas, morrem milhões de pessoas de subnutrição e de doenças curáveis.
Toda a humanidade, pouco ou muito, beneficia da revolução técnico-científica. Mas, como se constata, de uma forma tão brutal e injustamente desigual. E, apesar destes avanços espetaculares, a ciência, os cientistas, contêm ainda um potencial inesgotável. Um bem que deveria ser mesmo para toda a humanidade. E, de uma maneira geral, para a tal minoria que mais beneficia do seu trabalho, do seu talento, das suas descobertas, não são eles os mais apoiados os que são transformados em ídolos. Esses, são alguns desportistas e artistas (pagos a peso de ouro), para que as pessoas se revejam neles, sonhem, vivam na ilusão.
Por isso, hoje destacamos um cientista nosso compatriota, um astrofísico que teve a honra do seu nome ficar eternamente conhecido.
No passado dia 21, o Instituto de Astrofísica do Espaço, onde Nuno Peixinho é investigador, anunciou que, por decisão do Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos da União Astronómica Internacional, o asteróide que anteriormente era designado por (40210) 1998 SL56, passa agora a chamar-se (40210) Peixinho.
Este asteróide tem cerca de 10 quilómetros de diâmetro e, segundo o jornal Avante (24/6/21), citando a Lusa, orbita o Sol a uma distância média três vezes superior à que separa o Sol e a Terra, completando uma órbita em 5,3 anos.
Nuno Peixinho, que é dirigente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), reagindo à notícia da designação do seu nome para o referido asteróide, na sua página do Face Book: “Ó p´ra mim! Consegui ter um asteróide para sempre, mas não consigo deixar de ter contratos precários…”