A que é que se comprometeram os governos dos países que assinaram o acordo de Paris de 2015?
A reduzir o aquecimento global na nossa casa comum, o planeta Terra. Querem, portanto, evitar prejuízos, como aqueles que volta e meia acontecem na produção dos alimentos, e já para não falar das catástrofes.
Pois, mas porque é que todos parecem preocupados com isso e nem todos olham este sinal de alerta ambiental com a mesma urgência (ou até mesmo igual seriedade)?
Porque isso implica disponibilização de verbas (sempre o vil metal a atrapalhar) que são necessárias para assegurar que o aumento da temperatura média global fique 2ºC abaixo dos níveis pré-industriais, até um dia reduzir para o ideal 1,5ºC.
Porque também é preciso investir nos métodos inovadores que permitem baixar as emissões de gases do efeito de estufa. Claro que não se pretende acabar com o fenómeno natural de estufa que sempre aconteceu, mas evitar o aumento exponencial desse efeito que é provocado pelo excesso de saída dos gases para a atmosfera, como as substâncias em contexto fabril por exemplo. Há que reduzir a emissão que potencializa artificialmente esse fenómeno e provoca mudanças climáticas com altos custos.
São alterações advenientes do inevitável progresso industrial humano que têm gerado problemas económicos, doenças e pobreza; consequências que provêm de causas que nem sempre são apuradas e/ou nem interessam apurar.
O Tejo, por exemplo, sofre ações humanas ao longo do seu percurso que o fragilizam e à chegada à fronteira portuguesa já vem debilitado. É visível nalguns troços da água deste rio o seu estado impróprio por causa de baixos caudais e descargas poluentes. No ano passado, a Quercus alertou para o grau de poluição do Tejo, sendo considerado um dos piores factos ambientais. As autoridades do Ambiente receberam 38 denúncias por descargas ilegais e unicamente uma fábrica teve atividade suspensa porque reincidiu na dita prevaricação.
A preocupação ambiental não é exclusiva de uma faixa etária (embora, diga-se de abono à verdade, que os jovens têm sido os principais panfletários desta causa ambiental), nem é exclusiva de uma camada social, nem mesmo de uma instituição ou continente geográfico. Mas há zonas do planeta mais castigadas (basta ouvir os noticiários). A solidariedade ainda é um valor universal a ter em conta.
Todavia, é uma questão de tempo. E o sofrimento causado pelos prejuízos é transversal. Só levando a sério as medidas acordadas no tratado de Paris, com compreensão das suas vantagens para tudo e para todos, concertadamente, dos seus benefícios visíveis a médio e a longo prazo, se conseguem criar fluxos financeiros consistentes para aumentar a capacidade de adaptação climática de cada região, rumo a um desenvolvimento resistente aos fatores climáticos ameaçadores.
E não vou esquecer de sublinhar o esforço de Portugal que, pequenino e pobrezinho, está entre os melhores nas políticas contra as alterações climáticas. Há que fazer melhor ainda.