À entrada do comboio, entregaram-me um prospeto da CDU. Reli algumas informações e coloquei-o no banco da frente. Seguidamente, vêm duas jovens senhoras e sentam-se uma ao lado da outra à minha frente. Uma delas , em cima do prospeto. Ao meu lado estava sentada outra ainda mais jovem. Em Sete rios, entram duas amigas da que estava sentada a meu lado. Pela conversa, apercebi-me serem colegas da mesma Faculdade. No Pragal, as duas que estavam à minha frente, saíram e sentaram-se as amigas da minha “vizinha” do lado. A que se sentou no banco onde estava o prospeto, antes, olhou-o, e exclamou sem qualquer tom crítico ou de aplauso, CDU! Imediatamente a que estava a meu lado pergunta-lhe: vais votar? Encolhe os ombros, e sem qualquer convicção; não sei! E atira o documento para o chão. Apanho-o, e disparo: Para o chão!? E como ela tinha identificado a origem do documento, acrescento: claro que não está em causa o partido! podia ser qualquer um. Mas, para o chão!? Silêncio absoluto.
Infelizmente, este é apenas um exemplo. Cenas destas, revelando uma lamentável falta de civismo e indiferença pela causa publica, são tão frequentes, principalmente entre a juventude. Mesmo a que frequenta graus superiores do Ensino.
Isto passou-se na sexta-feira anterior às eleições. No domingo, estive numa mesa de voto e ali esteve a confirmação: meia dúzia de jovens a cumprir o seu dever cívico. Esperemos que, como sempre, seja a minoria o catalisador para a mudança necessária. Imprescindível. Caso contrário, negro será o futuro deste país. Quiçá, desta Europa.