30 Junho 2024, Domingo

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A sinodalidade

A sinodalidade

A sinodalidade

, Médico
23 Fevereiro 2022, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Eis uma palavra que era quase desconhecida para a maioria das pessoas e de que se ouve falar nos últimos tempos.

Também a maioria das pessoas que agora toma conhecimento da palavra desconhecem o seu significado. E, no entanto, ela significa algo que deve interessar a muita gente, em especial aos que se dizem cristãos, embora eu saiba também que muita gente que, num qualquer inquérito, se diga cristão não o seja em boa verdade – di-lo por dizer.

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Então, a tal palavra – sinodalidade – que significa simplesmente “caminhar em conjunto”, tem interesse porquê? E, na realidade, ela tem interesse especialmente, como dissemos, para quem se diz cristão. Então vejamos porquê!

Os Papas de tempos a tempos reúnem-se em Roma, no Vaticano, com todos os bispos das múltiplas dioceses dos vários países para tratarem de assuntos da vida da Igreja Católica, e fazem-no em geral com grandes espaços temporais.

Pouco depois da eleição do actual Papa Francisco, ele convocou um concílio para tratar dos problemas da floresta da Amazónia, que é um verdadeiro pulmão para a Humanidade pela sua extensão, uma vez que ocupa vários países da América do Sul, e em especial o Brasil.

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E é assim chamado de “pulmão da humanidade” porque, como sabemos, as árvores purificam o ar que respiramos, absorvendo o carbono e aumentando o oxigénio essencial para a vida.

Parece estranho para muitos que o Papa Francisco se preocupe com a Amazónia, mas todos ouvimos falar de “ecologia” e de que a nossa vida pode estar ameaçada pelos desmandos que praticamos sobre a “mãe terra” e de esta se tornar, por isso, inabitável dentro de umas cinco décadas pelas alterações climáticas que já hoje são evidentes aos nossos olhos.

Com as secas tremendas (até entre nós), pela frequência de tufões e furacões, pelas chuvas torrenciais inesperadas provocando inundações destruidoras ou pelo aumento de temperaturas anormais (40 a 50 graus) nuns locais e o degelo nos pólos da Terra.

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Trata-se, portanto, das nossas vidas e a nossa Igreja tem tudo a ver com a nossa vida. As religiões têm a ver com as nossas vidas. Por isso o Papa se preocupa e convoca um sínodo para 2023. Mas um sínodo bem diferente de todos os de antigamente pois Ele quer que este “sínodo seja o mundo inteiro a ser ouvido e a fazer caminho”.

Como? Ouvindo todos, o povo de Deus e não apenas os Bispos! Daí o interesse da palavra sinodalidade! Daí que Ele diga e repita que o lugar dos padres é no meio das pessoas e não apenas nas sacristias.

Daí que diga que “os pastores devem sentir o cheiro das ovelhas dos seus rebanhos”. Daí que diga que a Igreja deve ser como “um hospital de campanha” que se monta onde é necessário – no meio dos pobres, dos doentes, dos excluídos da sociedade, que se monte no seio da vida social.

Por isso começámos por dizer que a sinodalidade era de capital importância para todos – os que frequentam as celebrações da liturgia, os que pertencem às várias formas organizadas da acção da nossa Igreja, a grupos de acção social, etc.

E aqueles (muitos) que estão afastados da Igreja precisamente pelo seu anquilosamento através dos tempos em rígidas fórmulas litúrgicas, éticas e até sexistas, muito desfasadas do constante e rápido processo evolutivo das sociedades dos vários países e continentes – esses como estão a ser ouvidos?

Como estão a ser “tocados” pelo Espírito? E não estará actualmente a nossa Igreja reduzida a “um pequeno resto” que necessita ser chamado para “o rebanho”? E como irão as coisas entre nós, na nossa Diocese?

Eis a importância da sinodalidade! Neste mundo carregado de nuvens negras de pobreza, de egoísmos, de corrupção, de adoradores do deus cifrão, e até de guerra que será bem trágica!

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