26 Junho 2024, Quarta-feira

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A política e os 200 anos da nossa 1.ª Constituição

A política e os 200 anos da nossa 1.ª Constituição

A política e os 200 anos da nossa 1.ª Constituição

, Médico
28 Setembro 2022, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Disse em devido tempo o Papa Francisco que a “política” era uma das melhores formas de caridade.

Frase para muitos verdadeiramente chocante e provocatória, pois a maioria dos que se dizem cristãos sempre fugiram de uma actividade política, e muito menos qualquer sacerdote, que fugia a “sete pés” de qualquer compromisso público com a política nos nossos tempos.

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E a palavra “política” tem na sua raiz a palavra POLIS, que significa cidade, sendo por isso a política o governo da nossa cidade, isto é, a política organiza as nossas sociedades e os políticos são, no caso das democracias, – o sistema em que teoricamente vivemos, os eleitos pelo povo para governarem a polis – a nossa cidade e o nosso país – para que não caía na confusão e cuide do “bem comum”.

Isto é, para que cuidem da nossa habitação, da nossa defesa, da nossa subsistência e – muito especialmente – cuidem e administrem bem as nossas comparticipações para podermos viver o melhor possível.

Posta de parte a ideia, muito discutida há uma semana, de que deveria haver monarquias ou democracias, isto é, se devia haver quem mandasse por uma qualquer virtude hereditária, ou por pessoas escolhidas pelos cidadãos que deixaram de ser súbitos.

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Nos meus últimos escritos n’O SETUBALENSE, manifestei a minha inequívoca opinião de que era adepto convicto da democracia. Mas houve quem me argumentasse que, por exemplo, nos países nórdicos havia monarquias constitucionais e que havia democracias onde a governança era uma rebaldaria, com muitos políticos eleitos a pensar em tudo menos no bem comum, no bem dos seus eleitores – cidadãos, todos nós que até pagamos, e bem, os nossos impostos – a nossa contribuição para o “governo da polis”.

E é bem verdade pois temos nos tribunais (e pouco nas prisões), ex-governantes, banqueiros, e até juízes! E se pararmos no “aqui e agora”, estamos perante a ameaça de uma guerra que pode causar uma verdadeira hecatombe de mortes e destruições, estamos a viver com muita gente a morrer de fome e multidões no limiar da pobreza e a viver já com imensas dificuldades e sem verem melhorias de vida nos seus horizontes.

Vemos multidões a fugir ou das guerras ou da fome – a fugir na procura de um mínimo para viver, mesmo correndo riscos de morte, afogados, por exemplo, no Mediterrânio, ou metidos em verdadeiros campos de concentração “à nazismo”.

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E é, para mim e para muitas outras pessoas, uma tremenda angústia, ao ver subir aos lugares de mando, em eleições legais, correntes bem próximas dos ditadores dos nazis e – muito especialmente orientadas pelo egoísmo, pela ânsia de mandar em seu proveito, esquecendo tanta miséria, tanta centrifugação para as marginalidades, e até, na ânsia do poder, milhares para a morte em guerras injustas e sem razão.

E aí temos um Putin ameaçando com armas de destruição maciça, cometendo verdadeiros crimes, aí vemos uns “Aiatolás” mandando abrir fogo e a matar dezenas por as suas mulheres quererem deixar de só terem os olhos à vista ou mesmo proibindo-as de irem à escola.

E aí temos tanta manifestação de racismo e tanta intolerância – até – ao verem a sua equipa de futebol perder um jogo, e aí temos a repressão violenta de manifestações que estejam em desacordo com decisões injustas – algumas até bem fúteis.

E quando veremos eleições sem fraudes, eleições fantoches, quando veremos os cidadãos (que deixaram de ser súbditos) a interessarem-se verdadeiramente pelo governo da sua “polis”, não se deixando ficar em casa aos 50% em períodos de eleições, e quando veremos que a juventude – os mandantes de amanhã – verdadeiramente preocupados com o “estado a que isto chegou” como disse no 25 de Abril o capitão Sagueiro Maia?

E quando veremos os cidadãos em geral preocupados com os atentados aos equilíbrios da nossa natureza, ameaçada de se tornar praticamente inabitável dentro de 5 ou 6 décadas?

Quando teremos “homens novos” que ouçam os gritos dos pobres, dos explorados e, até, da natureza com agressões à biodiversidade? Será preciso mais do que temperaturas de mais de 40 graus, ciclones e furacões cada vez mais devastadores ou mais milhares de mortes em guerras sem sentido? Para quando?

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