A habitação em Setúbal (Parte 1)

A habitação em Setúbal (Parte 1)

A habitação em Setúbal (Parte 1)

13 Maio 2025, Terça-feira

Os Setubalenses – desde jovens adultos a pessoas idosas – deparam-se com a tarefa cada vez mais árdua de comprar, ou simplesmente arrendar, uma habitação. É uma tarefa que roça a impossibilidade para a maioria das pessoas. É uma tarefa que tem empurrado as filhas e filhos da terra para as periferias – para outros municípios do distrito, para outros pontos do país, ou até mesmo para o estrangeiro.

Isto não é novidade para ninguém pois sabemos qual é o estado actual, mas analisemoso impacto material desta sensação.

- PUB -

Sem perda de generalidade, podemos considerar que o perfil socioeconómico nacional é espelhado no nosso concelho: ou seja, mais de metade dos nossos munícipes recebem um salário bruto igual ou inferior a 1000€ (cerca de 890€ líquidos). Aproximadamente 30% recebe, também brutos, entre 1000€ a 3000€ (cerca 2100€ líquidos), e o restante mais de 3000€ brutos.

No mercado de arrendamento, são raras as habitações que encontramos abaixo de 700€ (menos de 3%). Por outras palavras, temos mais de metade dos Setubalenses à caça de 3% das casas disponíveis. E esta situação agrava-se se considerarmos a moda salarial que é praticamente o salário mínimo nacional bruto. Já para não falar da dificuldade em gerir finanças pessoais modestas com rendas tão elevadas.

No mercado imobiliário, o panorama piora… Consideremos um caso genérico de uma pessoa de 30 anos  com trabalho efectivo que pretende um contracto de concessão de crédito à habitação de 40 anos e que suporta uma taxa de esforço de 35% (recomendação do Banco de Portugal), então, do nosso salário óptimista de 890€ líquidos, o valor máximo para compra ronda os 75.000€. Abaixo deste valor (que já contempla o apoio estatal)  encontramos 0 (zero) casas.

- PUB -

E se for um casal?

Mantendo gastos domésticos modestos, para duas pessoas a querer arrendar e a ganhar 2.000€ brutos em conjunto e sob as mesmas condições, a situação melhora e as possibilidades abrem-se para 45%. Se as mesmas pessoas ganharem mais perto do salário mínimo nacional (a moda salarial), as possibilidades reduzem para perto de 20% da oferta.

Para as mesmas pessoas a receber 2.000€ brutos em conjunto que pretendam comprar, o valor máximo de empréstimo que lhes é concedido ronda os 180.000€, que corresponde a menos de 4,5% da oferta. Se as mesmas pessoas receberem o salário mínimo nacional, então estamos a falar de menos de 1,5% da oferta. E em ambos os casos estão consideradas habitações que se encontram sob litígio, ou ocupadas.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

, Deputada do PSD
13/05/2025
- PUB -
- PUB -

Apoie O SETUBALENSE e o Jornalismo rumo a um futuro mais sustentado

Assine o jornal ou compre conteúdos avulsos. Oferecemos os seus primeiros 3 euros para gastar!

Quer receber aviso de novas notícias? Sim Não