Está a fazer um ano que começou a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um ano e as cidades ucranianas estão a ficar em ruínas. Um ano e as vítimas contam-se por um ou dois centos de milhar, na Ucrânia, porque do lado russo nos faltam informações fidedignas. Um ano de guerra entre dois países vizinhos com a consequente morte de muitos civis, incluindo crianças. Um ano de guerra e dezenas e dezenas de milhares de fugitivos para os países vizinhos e até longínquos.
Entretanto, a maioria dos países europeus tem enviado armas, incluindo pesadas, e muito armamento ligeiro e munições para os ucranianos.
No decorrer deste ano contam-se por dezenas as reuniões de responsáveis dos países europeus e até da América do Norte e outros de vários continentes para falar da guerra e de como apoiar a Ucrânia. Afinal, meio mundo anda preocupado com a sua participação na guerra da Ucrânia com a Rússia. Afinal, não estaremos mesmo perante uma guerra mundial? Como os países da Europa pertencem, na sua maioria, à Nato não estaremos perante uma guerra desta com a Rússia? Até Portugal vai enviar dois ou três carros de combate para a Ucrânia depois de reparados na Alemanha pois estão sem manutenção há uma década. E do Canadá e da Austrália não chegam também vários tipos de armas, algumas igualmente blindadas, para participarem nessa guerra entre a Ucrânia e a Rússia?
As indústrias de armamento trabalham activamente na fabricação de mais armas e munições (com os inerentes lucros para quem as produz). Que mais faltará para percebermos que estamos numa guerra mundial? Que démarches, reuniões e declarações faltarão para se poder dizer que estamos numa guerra mundial? Faltará apenas uma granada que fuja da sua trajetória? Faltará apenas que entrem em ação umas certas e determinadas qualidades de armas?
Faltará o Japão, as Filipinas ou a Ilha Formosa enviarem meia-dúzia de espingardas, mesmo avariadas, como os nossos tanques, para que possamos mesmo dizer que estamos numa guerra total?
E, entretanto, acontecem episódios caricatos como o balão chinês, de observação meteorológica. E se errasse o caminho e, por acaso, estivesse a sobrevoar uma zona com instalações militares de foguetões intercontinentais? Só nos faltava a China para que a guerra pudesse chamar-se de guerra total! Não há dúvidas que andam a “gozar com o pacóvio” e ninguém quer falar de que estamos numa guerra total.
É preciso que em vez do balão caia uma bomba? É preciso que se perca o medo da guerra atómica para que, com franqueza, se fale de guerra total?
Há muito que o nosso Papa Francisco tem dito que estamos numa guerra total aos “pedaços”, mas ninguém tem ligado a esta opinião!
A ONU já perdeu a esperança de falar de paz, as informações preveem uma ofensiva russa dentro de dois meses. O Sr. Zelensky pede cada dia mais armas e, após esses apelos, lá vai mais qualquer coisa. Que orientem, alimentem e prolonguem a guerra. Que não é total, é só entre a Ucrânia e a Rússia! Será assim que pensam Vladimir Putin, Xi Jinping ou Joe Biden, que (digamos baixinho) quer mandar no mundo? Pois, que cada um faça o seu juízo.