Passámos quase 14 dias a ouvir falar da União Europeia (EU), na campanha para as eleições dos representantes do nosso País no Parlamento Europeu (PE). E a aproximação dum ato eleitoral habitualmente agita uma parcela da nossa comunidade.
No entanto, há muito tempo que tal assunto nos aparecia nos telejornais, nos jornais e, especialmente, nos atuais canais de informação que toda a gente traz consigo num qualquer bolso da sua indumentária. E falava-se das opiniões das figuras marcantes dessa assembleia, e falava-se dos agrupamentos que se podiam fazer entre os vários grupos e, muito em especial, “de quem apoiava quem” e de qual era a posição de cada grupo face às mudanças e aos problemas candentes que se vivem em grande velocidade no nosso quotidiano político-social. Será que cada um de nós – ouvintes – saberia que repercussões tais mudanças têm nas nossas vidas? Confesso que, para além de saber que da UE vinham uns dinheiritos (uns milhões) pouco mais sabia em pormenor e desconhecia qual o valor do meu voto nestas eleições.
No entanto, o como estava atento aos telejornais fui percebendo que naquela assembleia nem tudo eram rosas, havendo opiniões muito dispares entre grupos e entre representantes de algumas nações. A ajuda à Ucrânia não era consensual, alguns forneciam armas e foguetões, mas não podiam atingir o território russo com medo das armas atómicas, outros davam armas só de defesa querendo que os ucranianos não atacassem quem matava os seus habitantes civis, outros faziam promessas para daqui a meses e até lá os ucranianos que se aguentassem, outros com alguma simpatia pelo Sr, Putin davam nega a qualquer tipo de ajuda bélica. Tudo isto na União Europeia!
Depois, no nosso período eleitoral, alguns candidatos falavam de tudo menos da política europeia, mas sim dos problemas cá da nossa terrinha. E, como o tal Sr. Putin não deixava de falar das armas atómicas, os países da UE, sem o amparo da América, começaram a falar em produzir armas e munições que a América tardava em mandar. O Senado, em momento crucial da guerra, foi para férias, uma parte preocupava-se mais com os refugiados que afluíam às suas portas do lado do México e o tal senhor que até apadrinhou o assalto à Casa Branca, ameaçando ganhar as próximas eleições americanas (apesar das condenações em tribunal!), mais faz “tremer “a Europa desunida”.
Sinceramente, não sei se valeu a pena ir votar para os nossos representantes neste fórum europeu. A esganiçada doutora do PS e o rapazinho da AD serão dignos representantes do Portugal que Camões tão bem soube enaltecer nos seus versos? Serão verdadeiros “barões assinalados” que enaltecerão Portugal na atual Europa à beira duma guerra total? Ou, se tal não acontecer, de lutarem para salvar o mundo das imensas alterações climáticas que todos vemos “com estes que a terra há-de comer”? Será que dos nossos eleitos alguma coisa de positivo virá para o nosso País e – em especial – para a Europa que se diz unida?
Tenho quase cem anos, ainda vivi a guerra dos nazis e os seus campos de concentração, Só soube o que era a liberdade após a nossa Revolução dos cravos, sem derramamento de sangue, e, por isso, não gosto das ameaças do Sr. Putin e não gosto de pensar na destruição de Hiroxima com os seus 300 mil mortos num só dia, e não acredito hoje na Europa unida. Mas, pelo menos, votei, cumpri as minhas obrigações de cidadão!