6 Maio 2024, Segunda-feira
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O senhor general

De manhã à noite, os telejornais não falam senão nas comemorações dos 50 anos da “Revolução dos cravos”, desse golpe militar essencialmente de capitães do nosso exército saturado das guerras de África que a teimosia de Salazar e Caetano mantinham, com o sonho dum Império que não ficasse reduzido ao nosso pequeno Portugal, no extremo ocidental da Europa.

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Já há alguns anos que as potencias colonizadoras europeias tinham dado asas aos seus múltiplos territórios nas quatro “partidas” do globo – a Inglaterra, a França e até a Alemanha, tinham dado asas aos povos que durante anos foram por elas dominados e explorados, mantendo com eles certas ligações, essencialmente económicas. Mas Salazar, e depois Marcelo Caetano, mantinham obstinadamente uma desgastante guerra com os povos dominados e já a reagirem, em força, com os seus dirigentes muito “alimentados” pela Rússia e pela China.

E essa guerra ia “esgotando” o País e ceifando vidas humanas. E o tal grupo de capitães ia-se reunindo e programando um golpe para derrubar a ditadura – além de pôr termo à guerra –, trazer a liberdade ao povo português e negociar as independências das nossas colónias que Salazar e Caetano teimavam em chamar províncias ultramarinas

E surge o dia 25 de Abril de 1974. Foi há 50 anos! No País fervilhavam na clandestinidade vários grupos chamados da esquerda, essencialmente o Partido Comunista a que se juntaram depois outros grupos ainda mais extremistas. E forma-se o Movimento das Forças Armadas (MFA) e um Conselho da Revolução.

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Regressam dos exílios Mário Soares, que fundara o Partido Socialista e Álvaro Cunhal que protagonizara uma audaciosa fuga da prisão de Peniche. A imagem da receção destes dois antifascistas num estádio com milhares de pessoas no primeiro de Maio em Liberdade, com helicópteros deitando cravos encarnados sobre a população é uma imagem icónica e inesquecível.

Só que o PCP rapidamente minou o sul do País e estávamos à beira de se formar um Estado comunista com a revolta militar dos paraquedistas. Não podemos esquecer nomes como Salgueiro Maia, Otelo, Melo Antunes, Alves e muitos outros, Mas esse golpe das esquerdas foi previsto e organizou-se um contra-golpe sob o comando e a orientação de Ramalho Eanes que em 25 de Novembro neutraliza o golpe comunista e estabelece o caminho para a verdadeira Democracia e a verdadeira Liberdade.

Ora, é esse militar de eleição que quero hoje verdadeiramente homenagear. A política evolui e Eanes é general A sua determinante ação na defesa da nossa liberdade e pela sua integridade, é empurrado para a política e é o nosso primeiro Presidente da República legitimamente eleito. Estou a vê-lo numa ação eleitoral e perante apupos da esquerda, de pé sobre o capot do automóvel numa atitude de coragem. Fez duas presidências, um governo de sua iniciativa com M. de Lourdes Pintassilgo e regressa à sua posição de cidadão. Tira um curso universitário e recusa todas as regalias a que tinha direito como ex-presidente, como carro, motorista, promoção a marechal, etc. Eis um homem duma integridade, honestidade e humildade raras. Um verdadeiro cidadão

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Nas comemorações da nossa Liberdade é essencial destacar esta personalidade rara do general Ramalho Eanes, pelo muito que verdadeiramente lhe devemos e, essencialmente, cidadão e personalidade íntegra que é. Hoje, isto é cada vez mais raro!  Merece verdadeiramente a nossa maior admiração mesmo saboreando como poucos o valor de ser livre pois fui vitima da censura e  perseguido pela PIDE!

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