3 Maio 2024, Sexta-feira
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E se…

Há dias, O Setubalense noticiava que as exportações das empresas do distrito de Setúbal cresceram 1,7 mil milhões de euros em 2021, em comparação com o ano anterior, atingindo um total 7,6 mil milhões de euros. Apesar dos dados se reportarem a 2021, antecipo que, em 2022, provavelmente, se verificou novo crescimento, uma vez que as exportações portuguesas de bens e serviços, no seu todo, bateram o recorde, o que é uma excelente notícia. Como principais exportadoras do distrito temos a Autoeuropa e a Navigator, que são, também, das maiores do país. O problema, pela pequena dimensão da nossa economia local, reside no facto destas duas empresas serem responsáveis por mais de metade do valor global das exportações, sendo, também, as únicas que reportaram valores acima dos mil milhões de euros.

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Outra notícia, do Dinheiro Vivo, com dados do primeiro trimestre de 2023, dava conta que as exportações dos vinhos da região de Setúbal aumentaram cerca de 32% face ao período homólogo. Numa ordem de valores diferente, ainda assim, no setor do vinho, as empresas da região demonstraram elevado dinamismo, quando comparadas com as de outras regiões do país.

Importa referir que estas exportações, de maior ou menor valor e em setores tão diversos como a agricultura, a indústria automóvel ou a indústria do papel, num distrito que, historicamente, sempre votou (demasiado) à esquerda, têm origem em empresas privadas. Sim, a liquidez resultante das exportações de bens ou de serviços associados, por exemplo, ao turismo, que entra no distrito de Setúbal, resulta do esforço de grandes empresas multinacionais, mas, também, de milhares de pequenas e médias empresas, que têm em comum o facto de não pertencerem ao Estado. Mas, e se, fazendo jus ao pendor eleitoral desta região, estas empresas, principalmente as maiores, fossem nacionalizadas, como já sucedeu no passado? E se estas empresas sofressem uma carga fiscal, regulatória ou legal tão fortes que, como consequência, abandonassem a nossa região? O que aconteceria?

A minha família sempre viveu na Península de Setúbal e, por isso, apesar de ter nascido nos anos 80, tenho bem presente o que foi aquela época e sei bem o que aconteceria: fome. E não pensemos que erros do passado não serão repetidos. Constantemente, por uma luta de classes desfasada do tempo, por um ódio ao capitalismo ou a quem gera riqueza ou ao abrigo de uma suposta agenda ambiental, ecológica ou animal cuja aplicação nos faria recuar séculos, vemos a iniciativa privada, os direitos de propriedade ou o resultado do esforço do trabalho serem atacados. Diariamente, são defendidas medidas simplistas, populistas e estatistas, que apenas geram desemprego, degradação urbana ou abandono de espaços e cuja consequência final seria, apenas, a pobreza.

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Eu não quero que o meu distrito reviva este cenário e, por isso, lamento que não tenhamos mais empresas da dimensão da Autoeuropa ou da Navigator. Lamento que não existam o dobro das pequenas e médias empresas! Lamento que noutros setores da agricultura não tenhamos o dinamismo do setor vitivinícola. Por isso pergunto: e se, ao invés de traumas do passado ou do receio destas empresas abandonarem a região, tivéssemos a esperança e a vontade de, com as políticas certas, fixarmos mais empresas? E se lutássemos por esse objetivo?

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