30 Abril 2024, Terça-feira
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Os “Jardins Suspensos”: Uma aberração que teima em persistir na zona ribeirinha poente

Um dos “Calcanhares de Aquiles” da nossa cidade de Setúbal foi ter estado sempre de costas viradas para o rio e para o mar.

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Nos últimos anos esse constrangimento tem vindo progressivamente a esbater-se e já podemos encontrar vários locais aprazíveis, tais como o Parque Urbano de Albarquel (PUA) e a Praia da Saúde, na zona ribeirinha poente. Ainda existem muitos armazéns grandes, degradados e sem qualquer utilização, mas penso ser meramente uma questão de tempo até à sua reactivação para outros espaços comerciais/culturais/habitacionais.

Toda esta zona foi intervencionada por etapas desfasadas no tempo, onde faltou claramente sequencialidade e coerência.

E um dos exemplos nada conseguidos são os “Jardins Suspensos”; o outro, os antigos estaleiros navais.

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Vamos por partes.

Os Jardins Suspensos foi o nome com que baptizei aquele jardinzinho ridículo, com pinheiros mansos, mal concebido e pior conseguido, mas que ocupa ainda um espaço considerável, localizado na Av. José Mourinho, entre a Doca dos Pescadores e o jardim que precede a Praia da Saúde.

Elevaram excessiva e artificialmente o nível do terreno, impedindo a vista a quem chega de carro ou a pé.

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Se estacionarem a viatura nesse local, ou vierem a pé e pretenderem apreciar a magnífica vista que se vislumbra sobre o rio Sado, Troia e o Oceano Atlântico, encontram a parede superior do Jardim, impedindo com isso que se veja o rio e o mar.

Se tentarem aceder aos Jardins por qualquer local situado lateralmente, chocam com os muros laterais e têm de dar a volta por dentro.

Como se não bastasse, a área apresenta um empedrado bastante irregular junto à margem e encontra-se sem nenhuma iluminação nocturna, sendo apenas um local de passagem.

Assim sendo, os Jardins Suspensos, tal como estão, não se assumem como uma ligação harmoniosa, mas sim como um obstáculo transversal e longitudinal, relativamente ao sentido do rio, obrigando as pessoas a recorrer à passagem pedonal que se encontra junto à Av. José Mourinho.

Portanto, se me permitem as sugestões, retirem o declive ao Jardim, corrijam o piso junto ao rio, iluminem a zona e prolonguem a zona verde e pedonal, tal como está logo ao lado, no jardim que precede a Praia da Saúde, esse sim muito bem concebido.

Assim, os Jardins deixariam de ser suspensos, passariam a ser o prolongamento natural e uma ligação entre a estrada e o rio, deixando de constituir um obstáculo feio e inoperacional, tal como está actualmente.

Os Jardins Suspensos constituem uma das zonas nada conseguidas da nossa zona ribeirinha.

Tenho muita dificuldade em entender como se projectam e sobretudo se aprovam estas aberrações sem que ninguém de bom senso dê um murro na mesa e inverta todas estas situações.

Também entendo que um bar com esplanada nesse local seria igualmente necessário. Não se compreende que somente exista um único espaço comercial com essas características desde a Doca dos Pescadores até ao PUA.

Quanto aos antigos estaleiros navais, também conhecido como Terminal 7, reconverteram os edifícios num centro náutico.

Esses edifícios, tal como estão, para além de degradados, constituem um obstáculo físico, longitudinal e transversal, relativamente ao sentido do rio, condicionando a ligação pedonal e rodoviária entre a Praia da Saúde e o PUA, com estreitamento acentuado da faixa de rodagem.

Junto a esses edifícios, toda a zona pedonal envolvente é uma perfeita vergonha, com a existência de buracos, areia, pedras soltas e detritos, o que contribui para uma acentuada irregularidade do pavimento e um péssimo aspecto visual, numa zona nevrálgica atravessada diariamente por centenas de pessoas.

Tenho também muita dificuldade em compreender como se mantém o referido espaço neste estado lamentável, desmazelado, sujo e nada cuidado.

Falta também estabelecer uma ligação pedonal entre o PUA, a praia e o Forte de Albarquel, agora que finalmente foi recuperado num espaço cultural e de lazer, mas com horário de funcionamento muito reduzido.

Com estas acções sugeridas, poderemos ter uma zona de passeio, de lazer, coerente, harmoniosa, sequencial, bem cuidada, com esplanadas, sempre cheia de gente e com animação diurna e nocturna.

Temos de pensar numa forma de reactivar a zona ribeirinha nascente, adjacente ao Cais 3 e ao Jardim da Beira-Mar.

Será que finalmente iremos ter a tão aguardada marina?

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