26 Abril 2024, Sexta-feira
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A manifestação ordeira do Chega

A 12 de novembro de 1975, uma manifestação, mobilizada pelos sindicatos da construção civil, pela extrema-esquerda civil e militar e pelo PCP, em luta pela assinatura do contrato coletivo de trabalho, cercou o Palácio de São Bento, onde decorriam os trabalhos da Assembleia Constituinte.
Os manifestantes, cerca de cem mil, segundo a imprensa da época, impediram os deputados, com exceção para os deputados do PCP e do deputado único da UDP que aceitaram abandonar o edifício, autorizados e aplaudidos pelos manifestantes, de saírem durante 36 horas. Igualmente, a residência oficial do Primeiro-Ministro, contígua ao Palácio de São Bento, foi controlada, mantendo sequestrado o chefe do governo, Pinheiro de Azevedo.
No passado sábado, 13 de maio, o Chega manifestou-se ordeira e simbolicamente no Largo do Rato, cercando a sede do Partido Socialista, numa ação de protesto contra a corrupção e a impunidade política que se vivem atualmente em Portugal. Muitos se apressaram a comparar a manifestação do Chega ao cerco de 1975, mas muito separa as duas ações.
Vivemos atualmente em Portugal uma “venezuelização” crescente. Há cada vez mais famílias em incumprimento, inclusive famílias de classe média, com emprego estável há vários anos, mas que a subida a pique das taxas de juro e a inflação atiraram para situações de fragilidade preocupante. O aumento dos combustíveis, da alimentação, do vestuário, matérias-primas, tornam a vida dos portugueses um desafio cada vez mais difícil de superar.
Do outro lado do “cerco” aparecem nomes como José Sócrates e Armando Vara ou o antigo banqueiro Ricardo Salgado, manchados pela corrupção e pelo abuso do poder, mas cuja justiça parece tardar. Processos como o que envolve José Sócrates, correm o risco de prescrever sem que estes sejam julgados por todo o dinheiro que roubaram aos portugueses.
É hora de dizer Chega! É hora de vir para a rua manifestar descontentamento, fazer ouvir a voz do povo. Os ladrões não podem continuar impunes e as famílias desesperadas. É hora de a justiça funcionar e de pôr fim à corrupção de uma vez por todas.
Rapidamente os suspeitos do costume se apressaram a mostrar a sua indignação. Mas pasmem-se não contra a corrupção e impunidade, mas sim contra a manifestação ordeira do Chega. O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias e o antigo dirigente socialista Francisco Assis disseram ser contra este tipo de manifestação, que classificaram como “antidemocrática”, “inqualificável” ou “vandalismo institucional”, apelando mesmo ao repúdio de todos os democratas.
Ao contrário do cerco de 1975 não damos privilégios a ninguém, principalmente a quem não cumpre a lei, da mesma forma que jamais nos subjugaremos ao politicamente correto, mas lutaremos sempre contra tudo e contra todos que contribuam para a degradação da qualidade de vida dos portugueses e que tentem subverter a democracia.
Chega!

Bruno Nunes
Deputado do Chega
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