6 Junho 2023, Terça-feira
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49 anos do 25 de Abril

Quem é alentejano como eu sou, sabe o que representam estes 49 anos do 25 de Abril. Apesar de ser ainda uma criança em Abril de 1974, a verdade é que ainda se sentia nos campos, nas ruas, nas pessoas e no ar o que tinham sido aquelas décadas de opressão e de pobreza do Regime Salazarista.

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Sentia-se ainda nas pessoas o resultado da falta de oportunidade de terem opinião, de estudarem, de viajarem, de terem mundo e serem livres. E é por isso que valorizo tanto o que a liberdade me trouxe, nos trouxe, e a evolução da sociedade até aos dias de hoje num caminho de oportunidades e novos valores.

Abril abriu-nos portas a um Estado Social assente em direitos consagrados como a habitação, o trabalho, a educação ou a saúde. Temos feito um longo caminho desde então, mas ainda não alcançámos todos os nossos objectivos para responder a todos os que necessitam de uma resposta, de um apoio.

Mas o Portugal de Abril de 1974 e sobretudo o Alentejo são seguramente hoje um mundo novo que se abriu e gerou oportunidades para todos. Somos hoje um país mais qualificado, com pessoas mais qualificações, informadas, e temos uma sociedade mais equitativa.

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Abril abriu-nos um conjunto de oportunidades, alargadas mais tarde com a adesão à antiga CEE (Comunidade Económica Europeia), hoje União Europeia, pelas mãos de Mário Soares a 12 de Junho de 1985.

Podemos ter visões e opiniões divergentes do modelo de adesão de Portugal, mas seguramente foi o abrir de portas para a Europa que nos fez chegar hoje onde chegámos, criando oportunidades para que os territórios (sobretudo os mais rurais) se desenvolvessem, para que as empresas crescessem e diversificassem a sua actividade, para que a agricultura e a pesca se transformassem, para que o ensino se modernizasse e para que o turismo e a restauração se tornassem num produto e serviço de referência a nível mundial.

Abril também nos trouxe uma sociedade com muitos direitos, tantos que por vezes até nos esquecemos dos nossos deveres enquanto cidadãos. E é esse um dos maiores desafios que enfrentamos enquanto comunidade nos dias de hoje, e com quase meio século de democracia.

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Existem hoje sinais claros de tentativas demagógicas e populistas de tirar o foco do que realmente importa, de desinformar ou de desvirtuar o que é realidade do nosso país. É importante que não esqueçamos que somos um dos países mais seguros do mundo.

É importante que não esqueçamos que apesar das dificuldades continuamos a ter um Serviço Nacional de Saúde de referência e que este chega a toda a população e de forma tendencialmente gratuita.

É importante que não esqueçamos que os melhores alunos saem das nossas universidades e os melhores quadros estão em empresas de topo em Portugal e no mundo.

É, por isso importante também, que não esqueçamos que somos livres na nossa palavra e na nossa acção, mas que enfrentamos enormes desafios para manter um caminho de combate às desigualdades, contribuindo para o desenvolvimento e sustentabilidade do País onde o acolhimento e integração de pessoas de todo o mundo que também Abril nos possibilitou, é hoje também o único caminho que temos para combater a demografia e garantir o crescimento económico do País.

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