26 Abril 2024, Sexta-feira
- PUB -
InícioOpiniãoAprenderam a lição?

Aprenderam a lição?

Escrevo este artigo num dia em que, mais uma vez, se debateu a Escola Pública na Assembleia da República. Desde há sensivelmente 1 mês, pais e alunos têm visto, respetivamente, a sua rotina diária e as suas aprendizagens a serem postas em causa. Após uma pandemia em que a aprendizagem das nossas crianças e jovens foi impactada e, provavelmente, não recuperada, o que menos se precisava era que existissem mais interferências nas aulas.

- PUB -

 

É um facto que, mesmo com a sua legitimidade, a greve dos professores tem provocado enormes constrangimentos, mas é, também, justo questionar quem tem a responsabilidade por tudo o que está a acontecer.

 

- PUB -

A tentação populista seria responder de imediato, apontando a responsabilidade ao Governo, e afirmar que as reivindicações são todas completamente justas e passíveis de ser atendidas e isto, claro, sem qualquer tipo de preocupação com o esforço orçamental (leia-se, impostos) que teria de ser feito. Com isto, não quero dizer que os professores não têm razões para a sua indignação, porque, efetivamente, têm. Existem promessas feitas, compromissos assumidos e nada foi cumprido. As expetativas criadas a quem escolheu uma carreira letiva saíram defraudadas. Os incentivos para a contratação ou retenção de professores são escassos e a profissão está hoje, completamente, desvalorizada.

 

Porém, Governo e Sindicatos partem dos mesmos pressupostos para o Ensino Público. Enquanto assim for, estaremos sempre a falar de questões orçamentais e nunca de reformas ou do que, verdadeiramente, importa: o ensino de crianças e jovens. Governo e Sindicatos assumem que a prestação do Ensino Público tem de ser realizada através de um único prestador, o Estado, a quem compete definir o modelo pedagógico, os programas letivos, selecionar e contratar professores, estabelecer salários ou definir carreiras. Mais, que é ao Estado que compete dizer aos pais qual é a escola para onde os seus filhos vão estudar. Governo e Sindicatos apenas diferem no grau de (des)centralização do Ensino Público e no quanto custa sustentar todo o sistema.

- PUB -

 

Nós, Liberais, discordamos desta lógica. O Ensino Público pode e deve ser prestado por qualquer estabelecimento, do setor público, privado, social ou cooperativo, que assim o queira. Os Pais devem ter o direito (e os meios) a escolher a escola dos seus filhos, qualquer que esta seja, não apenas por questões relacionadas com a proximidade, mas por todas as razões que assim entenderem. As Escolas devem ter toda a autonomia (administrativa, financeira e pedagógica) para que respondam de forma ágil às necessidades do seu contexto educativo. E os Professores devem poder candidatar-se, diretamente, às escolas que pretendam, também em função das razões que entenderem e não, apenas, através de um concurso organizado pelo Ministério da Educação.

 

Para nós, Liberais, todo o sistema de Ensino, todo o seu modelo de organização, tem de ser reformado, a bem dos professores, dos pais, mas, principalmente, dos alunos. A Escola deve ser um pilar da igualdade de oportunidades e o motor do elevador social. E, atualmente, não é. A lição é esta.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -