29 Março 2024, Sexta-feira
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Está nas mãos do povo

Há hora em que alinhavamos estas palavras, a única solução que a senhora ministra da Saúde, apresentava para tentar ultrapassar a crise no hospital S. Bernardo em Setúbal, onde 87 dos 90 chefes de serviço se demitiram em solidariedade com o  diretor clínico, era a promessa de contratar mais cerca de uma dezena de médicos. Tentativa de acalmia tão leve, para tamanha borrasca. Portanto, liminarmente rejeitada.

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Os problemas naquela importante unidade hospitalar são antigos. Mas também nos hospitais Garcia de Horta em Almada e no do Litoral Alentejano em Santiago do Cacém. Só para referir 3 dos mais importantes hospitais da nossa região. E em relação ao tão necessário novo hospital no Seixal, ainda nem sequer arrancaram as obras.

Segundo porta-vozes de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, as dificuldades nestes três hospitais públicos assim como em tantos outros do país, são comuns: precárias condições de trabalho e falta de pessoal especializado. Sobretudo médicos e enfermeiros que se transferem para o privado  ou emigram, à procura de melhores salários e condições de trabalho. E o Serviço Nacional de Saúde, essa tão importante conquista do 25 de Abril que tão intensamente brilhou agora no combate à pandemia, devido à hemorragia para o privado e à falta de financiamento do Estado, vai definhando.

Portanto, o grande problema do SNS, é o não adequado financiamento do Estado e a concorrência dos que fazem da prestação dos serviços de saúde, um chorudo negócio. Os grandes prejudicados, evidentemente, são os mais desfavorecidos.

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Costumam dizer os governantes que o país não é rico assim como o Estado, e que este, faz o possível com os meios que dispõe.

Quanto ao pais não ser rico, é relativa tal afirmação. Tem potencialidades para o ser bem mais. E Além da gritante assimetria na distribuição da riqueza, há a corrupção e casos como este recente do senhor banqueiro que se pôs ao fresco com milhões no bolso e mais estas três figuras gradas de partidos do poder, entre muitas outras a nível internacional denunciadas por um consórcios de jornalistas, que colocaram muitos milhões em paraísos fiscais.

O exemplo mais significativo, é o Relatório Global de Fortunas divulgado em Julho último pelo banco Credit Suisse,revelando que a COVID-19 aumentou exponencialmente a fome no mundo mas também as fortunas. Pela primeira vez, os milionários ultrapassaram 1% da população mundial; 5 milhões de pessoas.  Relativamente a Portugal onde um quinto da população é pobre, tem agora 136 mil milionários.  Mais 19 mil que em 2019.

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Portanto,a origem destas imorais assimetrias, não se deve apenas à ganância. Acontecem, porque o sistema capitalista o permite. Aliás, faz parte da sua própria natureza. E enquanto a minoria privilegiada for baralhando e fazendo com que o povo se abstenha ou vote maioritariamente nos partidos que a representam, colabora nessa imoralidade. Como sempre, está nas suas mãos alterar ou erradicar mesmo, o sistema. O capitalismo.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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