28 Março 2024, Quinta-feira
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As garantias de António Costa

Não é de promessas que vos quero falar. Essas, como bem se sabe, leva-as o vento e o último mandato autárquico em Almada não contrariou o ditado popular: reabilitação urbana para realojamento social; programa de arrendamento inter-geracional; cartão +cultura; um concelho ciclável; requalificação do centro sul; criação de uma rede de parques gratuitos na periferia da cidade; requalificação do Cais do Ginjal; construção de um porto de abrigo na Trafaria, entre tantas outras propostas do programa eleitoral do PS de 2017 que não saíram do papel.

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Uma em particular ganhou destaque nesta campanha: a extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa de Caparica. É um investimento que vem com 13 anos de atraso, desde a inauguração (ela própria já atrasada) do metro de superfície na margem sul. Ao longo de muitos anos, partidos como o Bloco de Esquerda insistiram na conclusão deste projeto, chamando a atenção não apenas para a sua importância no direito à mobilidade dos cidadãos mas também para a emergência climática. Tirar carros da Costa era e será cada vez mais uma questão de sobrevivência ambiental.

Sabemos que um investimento desta natureza nunca poderia ser feito exclusivamente com recursos municipais, mas o tema entrou definitivamente na campanha autárquica quando a Presidente de Almada afirmou, numa entrevista ao DN, que: “Já tive a garantia de António Costa da extensão do metro até à Costa de Caparica.”

É uma afirmação insólita, que convém dissecar. O prolongamento do Metro Sul do Tejo sempre foi assumido por muitos governantes ao longo dos anos desde os tempos de Mário Lino. Recentemente voltou a ser referido na apresentação do Plano Nacional de Investimentos 2030, enquadrado na expansão da rede de transportes da Área Metropolitana de Lisboa.

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Acontece que, ao contrário da expansão das redes de Metro de Lisboa e Porto, criação do metro ligeiro em Odivelas e de uma linha BRT (Bus Rapid Transit) na Boavista, o Metro Sul do Tejo não foi incluído nas candidaturas ao PRR. A decisão foi do PS, mas a notícia pareceu surpreender Inês de Medeiros.

É neste contexto que, a poucos dias do início da campanha eleitoral, a candidata do Partido Socialista a Almada afirma ter “garantias” de António Costa sobre a expansão do metro à Costa de Caparica. Num debate em que participamos, tive a oportunidade de lhe perguntar que garantias eram essas e de desafiar o Primeiro Ministro a confirmá-las, sob pena de o país ficar a saber que os investimentos estruturais se decidem entre camaradas na sede do Largo do Rato. A outra hipótese é António Costa ter decidido entrar na campanha de Almada com uma manobra de propaganda eleitoral.

As promessas já as conhecemos, basta ver o que aconteceu à prometida erradicação de carências habitacionais ou de utentes sem médico de família em poucos anos. Agora restam poucos dias para sabermos o que valem as garantias de António Costa.

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