11 Maio 2024, Sábado

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No paraíso dos passarões

No paraíso dos passarões

No paraíso dos passarões

O meu país é o paraíso dos passarões.

Uma fauna de vilões, aldrabões, charlatões, doutorecos, badamecos, perdulários, salafrários.

A jurisprudência não é ciência, tenham paciência!

O direito dá jeito pra condenar quem não é perfeito.

E o passarão, então não?, é um arquétipo da perfeição.

O megaprocesso, que sofre de abcesso, demora até hora que lhe dá jeito, extraordinário feito.

Vai-se arrastando de outono a verão, desfecho provável – a prescrição.

O Ministério, incrível mistério, fundamentou mal, etcétera e tal, pecou no critério.

Os indícios são chouriços.

Vem o julgamento, e o passarão tranquilo, contente.

Inchado, arrogante, sabe que o seu deus é tolerante.

O senhor juiz, de seus nariz e crença, profere a sentença.

E o passarão, que é sabichão, precavido, ladino, fajardão, soube defender-se, não vai à prisão.

E o cidadão honrado, cumprindo seu fado, tão indignado, a vê-los safar-se.

Ouvi a alguém, a pândega derriça: no paraíso dos passarões, a justiça é uma nabiça.

Fiquei cá na minha. Será?

Arre! Chiça!

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