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A idosa que deu corpo à liberdade

A idosa que deu corpo à liberdade

A idosa que deu corpo à liberdade

8 Março 2021, Segunda-feira
Valdemar Lopes Santos

Na actividade quotidiana dos militantes do Partido Comunista Português, do PCP, é inquestionável que, não parando, caminhando, ultrapassando o seu Centenário, porque depois de 6 de Março todo e qualquer português pode dizer: «Centenário, mas doravante será sempre 100 anos mais um, dois, tês dias, semanas, meses, anos, lá chegarão à sociedade e ao Mundo por que lutam tanto quanto forem (formos) teimosos: “O Futuro tem Partido”», acontece que uma das suas habituações, reconhecidamente nem tanto quanto necessário, a do contacto directo – presencial, termo marcante da fase que vivemos – com a população, lhes leva à mínima das actividades que de qualquer modo, contudo, nenhum outro partido lhe regateia, a da distribuição de documentos nas caixas do correio por mão própria. Mais claramente: o PCP afirma em muitos milhares de folhetos o seu Centenário indo a empresas e muito outros locais de trabalho, e estando nas ruas e em cada esquina irrompendo noutras ou em largos, praças e avenidas, porta-a-porta.

Vem isto a propósito de uma jornada muito recente, em vésperas desse 6 de Março, num extenso conjunto de urbanizações contíguas onde se previne nas tais caixas, a exemplo universal, que «a distribuição de publicidade é proibida». Haja, da nossa parte, um reconhecimento: em muitas não se fala tanto de interdição, até se solicita o favor de não atafulhar essas caixas, mas quem distribui conhece: nalguns casos até se evoca a lei (tem nº de artigo e alínea…) que proíbe mesmo.

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Tal nos leva a uma antípoda urbanística. Em Águas de Moura, extrema do Concelho de Palmela raiando o Alentejo, existe a Rua Padre Acílio (identificável, claro, no Mapa Google). Rua aldeã, onde há alguns anos atrás a proprietária de uma vivenda típica – casinha – reagiu do fundo do pátio onde estendia roupa a uma distribuição comunista de um prospeto, assim: «Não sabem ler? Não queremos publicidade no correio, já chega a televisão». Retorquiu-se: «Minha senhora, não é publicidade, é propaganda do PCP!» Nem sempre somos todos conhecidos, nem sempre escapamos a uma certa suspeição: «Ah, propaganda! Esperem aí, já vos mostro o meu cartão do Partido!» Foi mesmo buscá-lo, para mais convincentemente fazer um convite: «Mas entrem, entrem, hoje faço anos… Isto já vai nos oitenta! Não há lei que nos proíba, não!».

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