4 Maio 2024, Sábado
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O mercado do amor

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O mercado do amor
Mário Moura - Médico
Mário Moura –
Médico

O Amor é algo fundamental na vida do ser humano, necessário para o seu equilibrio neuropsiquico e até para o seu desenvolvimento corporal.

O Amor é um sentimento essencial igualmente para que as sociedades se desenvolvam de maneira equilibrada, para que a Biosfera seja algo que prometa bem estar e felicidade.

Todos sabemos que a palavra Amor tem diversas interpretações conforme os ouvidos que o ouvem: amizade, ato sexual, caricias que definam atração mutua, sentimento mais profundo que liga duas pessoas e até é a única definição de Deus que aparece nos livros sagrados dos cristãos.

Se observarmos com atenção a evolução  das nossas sociedades, se lermos muitos comentários ou ouvirmos as opiniões de gente considerada no topo da intelectualidade da nossa sociedade, é transparente e repetida a opinião de que o Mundo em que vivemos tem tido uma evolução que nos tem levado por caminhos ínvios que pouco ou nada satisfazem os seres humanos. Guerras nos quatro cantos do mundo, assassinatos por motivos futeis, autentico desbaste propositado de povos inteiros, perseguições de povos por motivos rácicos, cor de pele, religião ou lutas sem fim pela hegemonia em certas zonas e de certos povos sobre outros por causa da riqueza.

Se descermos a um nível mais próximo   do nosso centro estamos a assistir a uma vaga de corrupção atingindo as classes sociais mais altas – banqueiros, juízes, generais, polícias, professores ou gente muito poderosa por ter concentrado enormes fortunas. Nas classes mais baixas e também nas classes classificadas como média,s as trafulhices, os roubos, misturados aqui mais facilmente com a violência  física.

Quando alguém de nome e certa qualidade intelectual é convidado a  apreciar esta situação caótica do nosso mundo , lá vem de vez em quando – e podemos dizer que cada vez com mais frequência – a referência à substituição  da solidariedade pela competição e o individualismo. Presentemente – há uns três anos – tem surgido a palavra do atual Papa Francisco que se não cansa de falar no amor e seus sucedâneos. Bom seria que mais gente sentisse dentro de si esta necessidade de viver com amor. Mas “os surdos não ouvem” nem “os cegos veem” onde está o mal!

Ce rtamente com esse espírito, sentindo a sua falta no nosso mundo uma das nossas cadeias televisivas iniciou uma verdadeira campanha de procura do amor, direi melhor , organizou uma espécie de mercado onde se pode ir `a procura desse bem precioso que é o amor – “casamentos à primeira vista” com conselheiros da psique e do comportamento das pessoas para ajudarem os concorrentes a perceberem o que será que sentem se pode chamar amor e levar……..a um casamento entre duas pessoas que apenas se conheceram naquela altura, apenas conviveram uns três meses, e que vão tentando detetar as suas diferenças e supera-las com a ajuda dos técnicos. Mal este programa chegou ao fim, depois de nos massacrar em quase todos os intervalos com fragmentos de diálogos que nada diziam ao espetador, apareceu outro programa “o carro do amor” – este mais difícil de se compreender que duas pessoas que se veem numa primeira boleia programada terão igualmente de rapidamente concluir se se compreendem /luz verde) , se sentiram uma repulsa um pelo outros (Luz vermelha) ou se é assunto para levar a experiência mais avante (luz amarela). Não sei como vai ser a sucessão dos programas e dos encontros que não vemos para que se faça nascer o Amor .E penso que tal fúria casamenteira ainda não fica por aqui.

Os inventores do programa, os técnicos que colaboram, o pessoal da TV que se vê compelido a participar nestes programas acharão todos eles que amar verdadeiramente alguém , disporse a aceitar os defeitos do conjuje, sentiremum prazer inaudito no afago, no beijo e no atos sexual em que os dois se fundem num só , é coisa que se programa de fora, nalguns meses ou semanas e que isso pode trazer alguma felicidade estável aos protagonistas deste verdadeiro mercado de amor