24 Abril 2024, Quarta-feira
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Montijo – Ética para que te quero?

“Em Portugal os actos corruptos são considerados pela maioria dos portugueses, como aqueles que se aproximam da definição legal (suborno ou extorsão), deixando de fora práticas não reguladas ou de difícil regulação, como o “amiguismo”, a “cunha” e o favorecimento, o conflito de interesses, o patrocinato político, o tráfico de influências ou o enriquecimento ilícito.” Segundo Lord Acton “O poder tende a corromper ….”.

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Vem isto a propósito do exercício ético do poder autárquico no concelho do Montijo, onde práticas como o nepotismo, a vaidade, a arrogância, o favoritismo manifestam-se impunemente de forma preocupante e nunca vista.

O que se pode chamar a uma gestão autárquica, que permite e aceita como responsável da Divisão de Finanças da Câmara Municipal a esposa do presidente?

O que podemos chamar a uma gestão ou gestor autárquico que permite que o sogro promova directamente o próprio genro (presidente da câmara) nas redes sociais e seja o agente nº 1 das Relações Públicas do município, colocando post e textos diariamente no facebook com a foto do genro, as suas visitas e deslocações?

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Só um entre muitos exemplos: há um ofício dirigido pelo presidente da câmara à Administração da Caixa Geral de Depósitos (devido ao encerramento da agência em Canha) e que foi divulgada em primeira mão pelo sogro do presidente no facebook (este ofício nem chegou a ser divulgado em qualquer meio de informação do município).

O que podemos chamar a um gestor autárquico que promete aos munícipes a resolução de problemas concretos só para os calar e, em muitos casos, não cumpre o prometido, desmobilizando as pessoas pelo cansaço da espera?

O que podemos chamar a uma gestão autárquica e a um presidente apanhado vezes sem conta em flagrante delito da mentira continuada e persistente em reuniões de câmara e Assembleia Municipal, assim como na relação com os cidadãos e os funcionários municipais?

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O que podemos chamar a um gestor autárquico (presidente de câmara) que manda um vereador ir para a sua terra só por discordar dos seus pontos de vista?

O que podemos chamar a uma gestão autárquica que prometeu e não cumpriu mais de 80% das promessas eleitorais?

O que podemos chamar a um autarca que vira as costas aos membros de uma Assembleia Municipal (abandonando a sala) só porque foi confrontado com um voto de protesto?

O que podemos chamar a um gestor autárquico (presidente de câmara) que, em quase quatro anos, nunca reuniu o Conselho Municipal de Segurança (infringindo a lei) só para não reconhecer que foi obrigado a reunir o órgão devido a críticas da oposição?

Podíamos continuar com um número infindável de interrogações, que traduzem um exercício autárquico alheado da ética e do respeito pelos munícipes, pela oposição e pelos funcionários.

A inteligência ética é a capacidade de perceber o valor da honestidade no comportamento humano, para que em qualquer acção a pessoa esteja imbuída de uma consciência de verdadeiro serviço público.

Em Montijo, infelizmente, a ética deu lugar a nepotismo, ao favoritismo, ao vale tudo para promover e manter uma família no poder.

Estou em crer, que os montijenses não se revêem nestas práticas nem se deixam enganar com as festas e festarolas, usadas como forma aleatória de manutenção de uma família no poder.

Nem acredito que o PS, um partido de esquerda, se identifique com esta gestão e este tipo de práticas nepóticas ao serviço de uma família e dos que lhe prestam vassalagem, consciente ou inconscientemente.

No entanto, jamais confundiremos este pequeno número de interesseiros com muita gente honesta neste partido que, infelizmente, ainda confunde Nuno Canta e o seu sogro com o PS e os seus valores éticos republicanos. Uma coisa não tem a ver com a outra! A ética republicana nunca conviveu pacificamente com interesses alheios ao interesse público.

Fernando Coelho
Economista e Jurista
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