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Somos todos capazes

Somos todos capazes

Somos todos capazes

8 Março 2017, Quarta-feira
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Neste dia tão especial, recupero um documento que todos nos esquecemos mas que, efetivamente, foi a esse mesmo documento que entregámos a nossa maneira de estar na vida, a sociedade que idealizámos aquando a sua redação. Falo, naturalmente, da Constituição da República Portuguesa.

Neste Dia da Mulher, é fundamental que sejamos transparentes e objetivos: toda e qualquer discriminação sexual é inconstitucional. Mas o princípio da igualdade, explanado no artigo 13º da Constituição, é tão claro como o longo caminho que nos falta percorrer para atingirmos essa igualdade.

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Acredito profundamente na igualdade de oportunidades como pedra basilar da nossa sociedade. Será sempre a igualdade de oportunidades que construirá uma sociedade mais livre e justa.

Não se trata de ser feminista. Mas ninguém pode ficar indiferente quando existe uma discriminação salarial por género. É uma questão de humanismo e não podemos ignorar pois todos nós temos mulheres na família, todos temos amigas, tivemos professoras e todos temos uma mãe. Ora, não há qualquer fundamento numa diferença salarial de duas pessoas que têm a mesma função numa empresa e possuem as mesmas qualificações. Isto é grave e obriga-nos a concluir que ainda existe uma necessidade de abertura de mentes da nossa sociedade civil.

Todavia, propostas como a que o PSD apresentou, no passado dia 7 de Março, na Assembleia da República, defendendo mecanismos de pressão às empresas que contribuam para a discriminação salarial entre géneros sem qualquer justificação objetiva, vêm certamente colocar-nos no caminho que vai de encontro à igualdade de oportunidades, tão importante para a nossa sociedade.

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No entanto, creio que devemos também aproveitar este momento para refletir sobre o futuro da, vulgarmente designada, Lei da Paridade. Não porque seja contra as mulheres na política. Não porque entenda que não têm qualidade. Mas sim, porque cresci num ambiente em que já não existe qualquer tipo de estigma com o sexo feminino presente em listas, em candidaturas, na verdade, em lado nenhum. Isto, de acordo com a opinião de quem está há poucos anos nas lides políticas mas bastante consciente de que a abordagem dos 20 e poucos anos perante esta sociedade permite outro tipo de abertura nestas questões. Mas sim porque, como dirigente político, considero ofensivo para qualquer um que contribua e ambicione contribuir ainda mais, saber que a priori está limitado a um terceiro, sexto ou nono lugar, embora não exista algo de errado com estes lugares e é preciso de igual forma mérito para alcançar um. Mas sim porque: Nós, jovens e donos de nós mesmos como gostamos de nos achar, portugueses que somos e conscientes do baixo índice de confiança e credibilidade que existe na classe política do país, devemos bater-nos por dar o exemplo de meritocracia e não só pelo reconhecimento feminino nestas lides. Somos todos capazes.

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