23 Julho 2024, Terça-feira

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NARRATIVA DAS APARIÇÕES HOTELEIRAS

NARRATIVA DAS APARIÇÕES HOTELEIRAS

NARRATIVA DAS APARIÇÕES HOTELEIRAS

5 Março 2017, Domingo
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Quando, a 13 de Maio de 1917, Nossa Senhora decidiu fazer a sua primeira aparição pública na Cova da Iria, estaria longe de imaginar a importante contribuição que daria para o sector hoteleiro daquela região cem anos depois. Nessa altura, e por provavelmente ainda não existir uma rede hoteleira vasta e de qualidade assinalável na zona de Fátima, a Virgem Maria optou por alojar-se numa árvore. Algo pouco recomendável, não só por se tratar de um sítio desconfortável e pouco aconchegado, mas principalmente porque é uma tarefa extremamente difícil subir para uma árvore com aquelas roupas. Infelizmente os registos são omissos, pelo que não sabemos se a reserva incluía pequeno-almoço e WC privativo.

Segundo a “Narrativa das Aparições de Fátima”, tendo por base as memórias de Irmã Lúcia, o primeiro diálogo mantido entre Nossa Senhora e os pastorinhos desenrolou-se desta forma:

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“-Não tenhais medo! Eu não vos faço mal!
-De onde é Vossemecê?
-Sou do Céu.
-E que é que Vossemecê me quer?

-Vim para vos pedir que venhais aqui, seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.”

 

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Este diálogo aponta duas conclusões importantes. A primeira é que, dos três pastorinhos, apenas Lúcia ouvia, via e falava com a aparição, apesar das muitas dioptrias. A segunda é-nos revelada através da última frase, proferida por Nossa Senhora. Lendo atentamente, percebe-se o desconforto de quem não está bem impressionada com a qualidade dos aposentos que a árvore oferece, preferindo voltar todos os dias 13 de cada mês, durante seis meses, a ficar ali alojada durante esse tempo. Quem sabe até, desiludida por não existir uma moderna sala de reuniões onde pudesse calmamente explicar aos pastorinhos o que estava ali a fazer.

 

Felizmente para a igreja católica, Portugal evoluiu. De acordo com informações recentes, a visita do Papa Francisco a Fátima revela-nos, um século depois, uma evolução significativa neste importante e fundamental sector de actividade: enquanto em 1917 a mãe de Jesus se ficou por uma azinheira, em 2017 oferece-se um saco-cama para casal por 992 euros/noite. Aliás, basta uma consulta rápida pela internet, facilidade a que, lamentavelmente, Nossa Senhora estaria vedada em 1917, na medida em que a rede wi-fi do céu, aparentemente, ainda não teria sido adjudicada, para se ter um interessante leque de opções para os devotos que queiram assistir à visita do Papa e passar a noite de 12 para 13 de Maio em Fátima. Por exemplo, um quarto com casa de banho partilhada por 1192 euros/noite ou um apartamento para 10 pessoas, com preços que variam entre 2300 euros e os 6000 euros/noite.

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Felizmente, a especulação própria do parco mercado hoteleiro em 1917 dá lugar ao profissionalismo em 2017. Antes alojava-se à balda, agora com critério e qualidade, evolução que se assinala com júbilo.

 

 

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