22 Julho 2024, Segunda-feira

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Setúbal entre os distritos com infecção por VIH mais elevada

Setúbal entre os distritos com infecção por VIH mais elevada

Setúbal entre os distritos com infecção por VIH mais elevada

Autoteste de VIH está disponível nas farmácias desde 2018|

Distritos com as taxas mais elevadas de novos diagnósticos de VIH são conhecidos. Homens são a população mais afectada.

 

O relatório “Infecção VIH e SIDA – situação em Portugal em 2019″, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), revela que Setúbal apresenta 11,4 casos por cada 100 mil habitantes e Lisboa apresenta o número mais elevado, com 16,6 casos.

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Portugal registou, em 2018, 261 mortes em doentes infectados com VIH, 142 dos quais já com a síndrome SIDA, a fase mais avançada da doença, sendo a maioria homens, com a idade mediana de 53 anos, revela um relatório hoje divulgado.

“A análise do tempo decorrido entre o diagnóstico e a morte revelou que a maioria (55,6%) dos óbitos ocorridos em 2018 teve um diagnóstico de infecção por VIH há mais de 10 anos”, adianta o relatório “Infecção VIH e SIDA – situação em Portugal em 2019″, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo os dados, 26,8% das mortes ocorreram nos cinco anos subsequentes ao diagnóstico da infecção e 17,2% no primeiro ano, o que “sugere tratarem-se de diagnósticos tardios”.

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Na apresentação do relatório, Helena Cortes Martins, do INSA, adiantou ainda que, entre 1983 e 2018, se registaram 14 958 óbitos.

Helena Cortes Martins destacou a descida de 46% do número de novos casos de infecção por VIH e dos novos casos de sida (67%), entre 2008 e 2017.

“Não obstante esta tendência decrescente mantida, Portugal tem apresentado das mais elevadas taxas de novos casos de infecção VIH e Sida da Europa ocidental”, acrescenta o relatório, adiantando que as estimativas apontam que, em 2017, viviam em Portugal, 39 820 pessoas com infecção por VIH, 7,8% das quais não estavam diagnosticadas.

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Novos diagnósticos são maioritariamente homens

 

“Para cada caso de uma mulher há 2,5 casos de homens”, afirma Helena Cortes Martins, adiantando que a taxa de diagnóstico mais elevada se registou no grupo etário 25-29 anos (23,8 casos por 105 habitantes).

Dos 973 novos casos diagnosticados em 2018, 593 eram portugueses e os restantes de oriundos de outros países. E, nos casos com diagnóstico de novo contágio, em 2018, a prevalência de mutações de resistência para alguma classe de fármacos foi de 14,6%, salienta o relatório.

Em declarações à agência Lusa, a directora do Programa Nacional para a Infecção VIH/Sida, Isabel Aldir, afirmou que “a trajectória do país em termos de novos diagnósticos de infecção por VIH se mantém positiva com cerca de 1 000 novos diagnósticos de infecção em 2018”.

Esta trajectória mantém as características habituais dos últimos anos: “infecções maioritariamente entre homens e adquiridas por via sexual e que se localizam nas grandes cidades”, afirma a infecciologista.

“Estamos a conseguir chegar cada vez mais às pessoas que vivem com infecção e a diagnosticá-las, mas ainda há uma franja da população que ainda não foi diagnosticada e, por isso, é preciso manter todos os esforços de rastreio e torná-los cada vez mais eficazes”, defendeu.

Segundo o relatório, a proporção de infecções não diagnosticadas era mais elevada nos homens heterossexuais (13,9%) e mais baixa em utilizadores de drogas injectáveis (1,5%).

“A população de homens heterossexual é a que chega com diagnóstico mais tardio e como uma idade mais avançada porque são aqueles em que a percepção do risco pelo próprio é mais distante da realidade”, explica Isabel Aldir. “Isto faz com que não se proponham a fazer o teste. Tradicionalmente, esta é uma população que acorre menos aos serviços de saúde e a probabilidade de lhes ser proposto um teste é também menor”.

 

Almada entre cidades percursoras

 

Na apresentação do relatório, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que todos os ganhos no combate a esta doença só foram possíveis porque “há um trabalho em rede”.

“É no conjunto desta estratégia e parcerias que o país atingiu resultados que não envergonham, mas vamos continuar a trabalhar em parceria para que esta situação ainda seja mais favorável”, disse Graça Freitas.

Os responsáveis saudaram o facto de 10 cidades já terem aderido à iniciativa “Cidades na via rápida para acabar com a epidemia de VIH”, nomeadamente: Lisboa, Porto, Cascais, Amadora, Sintra, Oeiras, Odivelas, Loures, Almada e Portimão.

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