Obrigações “podem ser emitidas” até ao primeiro mês do próximo ano. Já o montante tem “reembolso em 25 de Janeiro de 2030”

Com o objectivo de refinanciar o projecto em execução na fábrica do Outão, em Setúbal, que visa “a criação de uma gama de cimentos de baixa pegada ecológica”, a Secil vai garantir um financiamento verde no montante global de 75 milhões de euros.

Para o efeito, a empresa contratou com a Caixa Geral de Depósitos e com o Caixa – Banco de Investimento “dois empréstimos obrigacionistas”, destinados a refinanciar o projecto Clean Cement Line (CCL), que tem em vista “o desenvolvimento e demonstração de uma nova tecnologia de produção de cimento”.

Em comunicado, a Secil explica que as duas “obrigações verdes”, denominadas “Obrigações Verdes Secil 2030 – taxa fixa” e “Obrigações Verdes Secil 2030 – taxa variável”, “poderão ser emitidas, de uma só vez ou em séries, até 25 de Janeiro de 2024”.

Já “o financiamento tem reembolso em 25 de Janeiro de 2030 e uma maturidade máxima de sete anos”, sendo que a empresa “considera que a contratação [do mesmo], bem como o projecto que este (re)financia, [representa] um passo relevante na concretização da sua estratégia e visão de sustentabilidade”.

O objectivo do projecto Clean Cement Line, que pretende transformar a fábrica do Outão “numa das mais avançadas fábricas de cimento da Europa e do mundo”, passa por “reduzir as emissões de carbono em pelo menos 20%, aumentar a eficiência energética em 20% e gerar 30% de electricidade por um inovador sistema de geração híbrido através da recuperação de calor do processo e da energia solar térmica concentrada”.

O projecto de investigação, desenvolvimento e inovação “contempla quatro subprojectos de investigação e desenvolvimento (I&D) que visam a eliminação da dependência de combustíveis fósseis, o aumento da eficiência energética e a produção própria de energia eléctrica, a integração no processo da digitalização e a redução de emissões de CO2 [dióxido de carbono]”.

De acordo com a empresa, “estas inovações promoverão o desenvolvimento da produção de um clínquer de baixo carbono e, consequentemente, a criação de uma gama de cimentos de baixa pegada ecológica, adequada à construção sustentável”.

‘Betão verdi zero’ da Secil eleito Produto do Ano

O ‘betão verdi zero’, desenvolvido pela Secil, foi eleito pelos consumidores como “Produto do Ano”, na categoria de Produtos Sustentáveis com a subcategoria de Betão Sustentável. A distinção é atribuída pelo ConsumerChoice – Centro de Avaliação da Satisfação do Consumidor, que “distingue produtos e serviços que se destacam pela inovação, com avaliação directa dos consumidores”.

Para o director de marketing da Secil, “este prémio traz uma satisfação acrescida porque reconhece que [a empresa está] no caminho certo rumo a um planeta mais sustentável”.

“É mais um excelente exemplo do bom trabalho que temos feito pela protecção do planeta e das pessoas, sendo que a distinção dos consumidores nos dá motivação redobrada para prosseguirmos o nosso caminho, de respeito ambiental e cidadania responsável”, acrescentou Pedro de Goulart Mendes, citado em comunicado da Secil.

O ‘betão verdi zero’, apresentado ao mercado no ano passado, “é o primeiro betão neutro em carbono de Portugal”.