Directora diz que decisão não chegou a ser oficial e defende que alunos “avancem na dinamização das actividades a que se comprometeram”
A direcção da Escola Secundária Barbosa du Bocage, o antigo Liceu, decidiu dar “uma nova oportunidade” aos alunos e recuou na decisão de destituir a associação de estudantes. “O que decidimos foi dar uma oportunidade para que [os alunos] avancem na dinamização das actividades a que se comprometeram”, disse a directora da escola a O SETUBALENSE.
Segundo Raquel Polainas, “não se trata de reverter porque nunca se chegou a uma decisão oficial sobre a dissolução da associação de estudantes”. “Isso foi um boato. Conversámos com os alunos e era realmente a única saída que se apresentava tendo em conta a situação e os antecedentes, mas não houve uma decisão oficial”, sublinhou.
A destituição da estrutura representativa dos estudantes foi considerada uma hipótese, que, sabe O SETUBALENSE, chegou a ser comunicada aos alunos, depois de a vice-presidente da associação, durante a apresentação do Programa de Incentivo ao Associativismo Estudantil “Associa-te”, ter dado “a conhecer o pouco apoio da escola à associação”.
Na sessão, a aluna afirmou que “foi preciso esperar mais de três meses após a sua eleição para o primeiro encontro com a direcção”, afirmação que a directora da Secundária du Bocage diz ser “falaciosa e falsa”, acrescentando que o encontro “não se tratou de uma reunião de âmbito privado”, mas que “foi uma reunião pública e com um membro do Governo”.
Já o encarregado de educação da presidente da associação de estudantes considera que a intervenção em causa “foi uma manifestação de opinião de forma correcta, um exercício de liberdade de expressão e nada mais do que isso”.
“A aluna respondeu a uma pergunta que lhe foi colocada. Aconteceu no contexto de um encontro em que um dos temas principais era a promoção do associativismo juvenil e a promoção da intervenção social e cidadã por parte dos jovens”, explicou.
Por este motivo, salienta que “a destituição da associação de estudantes foi possivelmente um acto impulsivo e talvez pouco reflectido”, afirmando que “não é verdade que a situação da destituição não tenha sido definitiva”.
“A decisão foi apresentada como definitiva. Tanto que terá sido dito que iria ser contactada a lista que ficou em segundo lugar, mas acho saudável que quando detectamos que uma determinada decisão foi fruto de um impulso ou de uma atitude menos reflectiva ou até de um equívoco, que se procure reverter”, acrescentou.
O presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, por sua vez, revela que ontem houve uma reunião com a direcção da escola, que “foi ampla e onde foi proposta uma reunião com a associação de estudantes”.
“A associação de pais propôs que houvesse uma reunião e a direcção concordou em absoluto e disse que gostaria também de falar com eles. As partes estão a falar para tentarem chegar a um entendimento”, explicou Paulo Lopes.
A concluir, revelou estar “confiante de que vai haver um entendimento e que vão ser supridas todas as incompreensões de um lado e de outro”.
