Presidente da administração garante que receitas dos serviços são reinvestidas no sistema. Revela que Plano Estratégico da Água estará pronto em 2024
Com o foco em manter a qualidade da água em Setúbal e em garantir o seu acesso a todos, Carlos Rabaçal garante que a gestão pública é a “única forma” de garantir estas premissas. O presidente do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) mostra-se também preocupado com o ambiente, reforçando que se podem evitar “muitos resíduos” se forem utilizadas garrafas reutilizáveis e seja consumida água da torneira. Está ainda a ser desenvolvido o Plano Estratégico da Água de Setúbal, que deverá ver a luz do dia “ainda este ano”.
No ano passado registou-se um total de cerca de 3500 análises realizadas à qualidade da água captada pelos SMS. Em nota de Imprensa, a empresa explica que este controlo é assegurado por um laboratório acreditado pela ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, garantindo desta forma um nível de qualidade de 99,91% da água distribuída em Setúbal.
Quanto à monitorização da qualidade da água, esta é feita desde a origem da água até à torneira do consumidor, elucidam os SMS. A água que abastece a população de Setúbal é captada a uma profundidade de mais de 250 metros, no aquífero Mio-Pliocénico do Tejo e Sado, tendo uma “pureza natural única”.
Os SMS criaram a marca água 100%Setúbal, em 2023, com o propósito de valorizar a “qualidade única” da água da torneira da cidade setubalense. Para Carlos Rabaçal a água é um “bem comum” e o seu acesso é um “direito humano fundamental”. No entender do responsável a água precisa de ser gerida de uma forma “socialmente responsável”, garantindo o seu acesso a todos.
Carlos Rabaçal assegura que a gestão pública é a “única forma de garantir estas premissas”, salientando que “todas as receitas decorrentes da prestação dos serviços de águas às pessoas têm de ser reinvestidas no sistema”.
Os SMS reforçam que a indústria das águas engarrafas está associada à utilização anual de cerca de 600 mil milhões de garrafas de plástico. Para Carlos Rabaçal podem-se evitar “muitos resíduos” se forem utilizadas garrafas reutilizáveis e se a população beber água da torneira. “É simples e mais económico para todos”, remata o responsável.
Plano Estratégico da Água está para breve
Para assegurar que são encontradas as melhores soluções para preservar a fonte do aquífero, está em desenvolvimento o Plano Estratégico da Água de Setúbal, que deverá ver a luz do dia ainda este ano.
“Não está a ser fácil reunir informação dos vários utilizadores das águas subterrâneas, mas estamos a avançar neste intenso trabalho que conta com vários parceiros”, explica Carlos Rabaçal, adiantando que o foco está em encontrar fontes alternativas de água que permitam “reduzir os quantitativos captados”, recorrendo a “sistemas tecnológicos inovadores”.
Para já a reutilização das águas residuais está a ser estudada pela Simarsul para o efluente da ETAR de Setúbal, prevendo-se que esta ocorra no parque industrial da Mitrena. Também a instalação de uma unidade de dessalinização é uma possibilidade que está a ser “enquadrada no estudo”.