Empresa recebeu visita de membros da Sedes e explicou estratégia para reforçar actividade na economia do mar
A Lisnave Estaleiros Navais, empresa de reparação naval instalada na Mitrena, em Setúbal, está a preparar investimentos de cerca de 200 milhões de euros em vários projectos incluindo a modernização do parque industrial.
Os projectos foram apresentados na quinta-feira a um grupo de personalidades da região que são membros do núcleo distrital da Sedes, a Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, fundada em 1970.
Um dos investimentos em que a Lisnave está empenhada é no desenvolvimento e construção de eólicas off-shore, aproveitando a recente tendência para a aposta no sector das energias renováveis no mar.
O CEO da empresa naval diz que o investimento previsto pode ultrapassar os 200 milhões de euros.
“Será um investimento privado se tivermos acesso a apoios não específicos para nós, mas apoios que estejam disponíveis para a indústria e para os quais nós estejamos ilegíveis. É nossa obrigação tentar aceder a esses apoios que estão disponíveis para estes fins, mas o principal investimento será o investimento privado, Lisnave e seus parceiros financeiros e parceiros tecnológicos, numa estimativa bastante conservadora com uma previsão de 200 milhões de euros de investimento nos próximos 7 a 10 anos. Na realidade, correndo tudo bem e tendo o mercado o desenvolvimento que nós esperamos, acreditamos que os montantes de investimento sejam bastante superiores.”, disse Nuno Santos a O SETUBALENSE.
Este investimento inclui a renovação do parque industrial da Lisnave, estimada em 60 milhões de euros, e um projecto de reciclagem naval orçado em 40 milhões de euros.
A Lisnave quer ser a primeira empresa a implementar uma ilha da biodiversidade, na zona do Porto de Setúbal, promovendo a criação da fauna e da flora.
Ainda de acordo com o CEO, o investimento trará ainda outros benefícios para a região, como a criação de novos empregos.
“Teremos um grande número de empresas a produzir elementos que serão aqui incorporados na nossa produção, para estes equipamentos para os parques eólicos off-shore. Portanto vai ter um impacto bastante grande na criação de empregos directos aqui na região, mas também indirectos porque isto vai ter um factor multiplicador bastante acentuado, portanto haverá muitos trabalhos que vão ser desenvolvidos fora da Lisnave para alimentar esta produção na Lisnave.”, explica Nuno Santos.
O presidente da SEDES, uma das mais antigas instituições cívicas do país, mostrou-se, perante a apresentação, bastante optimista acerca deste projecto, referindo Portugal como um país global e marítimo e incentivando a Lisnave.
Álvaro Beleza fez-se ouvir na sala depois do CEO, Nuno Santos, ter apresentado o vídeo promocional dos estaleiros navais do estuário do Sado.
“Este é um projecto fantástico. As instalações naturais que nós temos, a posição estratégica que Portugal tem, é absolutamente única. Esta é uma das maiores marinas, um dos maiores estuários e nós não aproveitamos é muita coisa nova e quero felicitar-vos mesmo pela sua história e por terem assumido a empresa mesmo nos tempos difíceis.”, concluiu o presidente da SEDES.
A visita aos estaleiros da Lisnave foi promovida pelo núcleo distrital de Setúbal da Sedes, coordenado por Andreia Lima, no quadro de um périplo de visitas idênticas a empresas da região.
