2 Maio 2024, Quinta-feira
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Duplo homicídio no Seixal não teve qualquer motivação

Depois de presente a tribunal o suspeito, de 30 anos, ficou em prisão preventiva

 

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Enfurecido após discutir com a esposa, um homem de 30 anos, de nacionalidade brasileira, matou um casal sem abrigo que ocupava uma casa devoluta num acto de violência extrema gratuita e sem qualquer motivação.

O homicida não conhecia as vítimas, mas ateou-lhes fogo e ao interior de um antigo externato, bloqueando ainda a porta para impedir a fuga de Gertrudes da Costa, 48 anos e António, 53.

Foi agora detido em Espanha pela Polícia Judiciária de Setúbal e está em prisão preventiva.

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O caso ocorreu na madrugada de 14 de Maio no antigo externato Nosso Dia, na Rua 25 de Abril, na Amora, concelho do Seixal. O homicídio foi movido apenas pela ira do suspeito que nessa noite, depois de uma discussão com a sua companheira, foi posto fora de casa.

O homem vivia perto do local do crime e entrou na casa devoluta, à procura de um sítio para passar a noite e encontrou um casal sem abrigo no interior. Não os conhecia, nem tão pouco sabia que lá morava alguém, mas assim que os viu, decidiu matá-los.

Sem acordar as vítimas, o suspeito pegou fogo com um isqueiro a papéis e lixo que o casal tinha no interior e fugiu, deixando ambos sem escapatória.

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No exterior, bloqueou a porta de entrada, para impedir a fuga das vítimas. Gertrudes e António não conseguiram escapar das chamas, todas as janelas do antigo externato estavam entaipadas e a porta bloqueada. Após a extinção das chamas pelos bombeiros, os dois viriam a ser encontrados dentro de um quarto, carbonizados. O alerta foi dado perto 6h00 da madrugada.

Após o combate às chamas, durante a manhã e tarde de domingo, era avançada a hipótese de incêndio acidental, com origem em electrodomésticos que as vítimas tinham no interior da casa devoluta, alimentada por uma puxada eléctrica ilegal.

A investigação da Polícia Judiciária de Setúbal, perante os indícios de crime recolhidos em vários dias de investigação, permitiu apurar que houve de facto mão criminosa e após recolha de provas, o suspeito foi identificado e detido em Espanha, para onde fugiu após cometer o crime. Com a PJ colaboraram testemunhas que identificaram o suspeito.

Gertrudes e António viviam neste espaço há algum tempo. Primeiro foi Gertrudes a ocupar o espaço, há cerca de um ano e há seis meses acolheu o companheiro, António, que pernoitava até então no carro à porta do espaço. No interior da casa o casal tinha alguns bens que lhes permitiam cozinhar e dormir.

O suspeito residia há cerca de um ano em Portugal com a sua companheira. O casal costumava discutir e por várias vezes o homem era posto fora de casa, uma habitação precária, passando às vezes vários dias fora de casa. O suspeito não estava referenciado pelas autoridades por crimes em Portugal nem no Brasil.

Presente a primeiro interrogatório judicial por dois crimes de homicídio qualificado e incêndio, o suspeito viu o juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Almada aplicar a medida mais severa – prisão preventiva.

Familiares de Gerturdes Costa ficaram estupefactos com a notícia da detenção, uma vez que acreditavam na tese de acidente que no próprio dia do crime era ponderada. O alerta foi dado pelo irmão da vítima, também sem-abrigo que pernoitava no exterior do externato.

Este, também não viu ninguém suspeito, afiançou Lurdes Costa, irmã de Gertrudes. “Soubemos da detenção pelas notícias e esta quinta-feira vamos falar com a Polícia Judiciária para perceber o que aconteceu, já que pensávamos que tinha sido um acidente”, disse.

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