20 Maio 2024, Segunda-feira

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Fernando Caria: “Não tenho dúvidas de que Emanuel Costa me apoia como candidato à câmara”

Fernando Caria: “Não tenho dúvidas de que Emanuel Costa me apoia como candidato à câmara”

Fernando Caria: “Não tenho dúvidas de que Emanuel Costa me apoia como candidato à câmara”

O socialista diz-se respaldado no reconhecimento que recolhe entre militantes e população. E está convicto de que Emanuel Costa, caso vença a comissão política, saberá interpretar esse sentimento. Com Catarina Marcelino afirma que não trabalhará

 

Fernando Caria apresta-se a cumprir três mandatos consecutivos à frente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro. E reitera total disponibilidade para ser o candidato do PS à presidência da câmara municipal. Mas só se Emanuel Costa sair vencedor das eleições para a Comissão Política Concelhia, que devem ter lugar “depois das eleições europeias”.

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Para Catarina Marcelino, que também se candidata à estrutura local do partido, deixa apenas críticas e uma garantia: “Não trabalharei com ela. Não trabalho com gente que não foi correcta comigo. Senti-me traído”, afirma.

Reitera a disponibilidade para ser o candidato do PS à presidência da Câmara do
Montijo nas autárquicas de 2025, conforme assumiu em Junho do ano passado em declarações a O SETUBALENSE?
Sim. A minha disponibilidade é completa. Mas isso passa por aquilo que a Comissão Política Concelhia entender, que é quem decide. Manifestei a minha disponibilidade, estou consciente de que posso ser o candidato à câmara, não só pelo que fi z ao longo da minha carreira política mas muito também por conhecer o Montijo, por ser do Montijo, por gostar muito da minha terra e ter a certeza de que posso dar tudo o que tenho em prol das nossas populações. Mas, para isso é preciso que a comissão política indique o meu nome.

Comissão política que vai ser eleita em data ainda a definir.

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Provavelmente, será após as eleições para o Parlamento Europeu [em Junho próximo].
Não faz sentido que seja antes, pensamos nós. E temos duas candidaturas à comissão política.

O que o levou a disponibilizar-se para encabeçar a lista do PS às próximas autárquicas foi o facto de Catarina Marcelino, que é candidata à presidência da comissão política – tal como Emanuel Costa – ter manifestado apoio a Ricardo Bernardes para ser o candidato do partido à câmara?

Não foi isso. O que me fez estar disponível tem a ver com o apoio que tenho sentido ao longo dos últimos anos da parte da população do Montijo.

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Mas foi isso que o influenciou a tornar pública essa disponibilidade. Sentiu-se traído por Catarina Marcelino?

Traído, se calhar, é o termo mais correcto. Não só por ter sido anunciado na última reunião da comissão política a candidatura de Ricardo Bernardes. O que está em causa é que levámos três ou quatro reuniões em que arquitectámos uma estratégia e nas minhas costas, sem que nada me fosse dito depois, apareceu outra solução que não aquela que tínhamos delineado em conjunto.

Mas Catarina Marcelino já veio dizer que não indicou Ricardo Bernardes.

A Catarina Marcelino disse claramente na comissão política que tinha Ricardo Bernardes como candidato à Câmara Municipal do Montijo. Não contesto a ideia que ela tem, contesto, sim, aquilo que se passou comigo. Como não foi correcta comigo, não trabalharei com ela nem irei apoiar as ideias que Catarina Marcelino terá.

Surgiu a candidatura de Emanuel Costa à comissão política e dei-lhe de imediato o meu apoio, por ele ter uma estratégia que acho a mais adequada para o partido e para o Montijo. E não tenho muitas dúvidas de que, caso Emanuel Costa seja eleito, irá dar-me o apoio que preciso para ser candidato à câmara.

Já falou a esse propósito com Emanuel Costa?

Já. Não é a altura exacta para apresentar o nome do cabeça-de- lista às autárquicas. Só depois da comissão política estar eleita é que se definirá quem será o candidato à câmara, até porque os militantes do PS têm uma palavra a dar sobre isso.

Espera que Emanuel Costa opte pelo seu nome?

Não tenho dúvidas sobre isso, já que a grande parte dos socialistas, que não integram a comissão política, como a população do Montijo, têm-me dado esse apoio, esta vontade para ser o candidato e Emanuel seguirá, certamente, esse sentimento. Uma eleição para uma câmara municipal não se ganha dentro do partido, seja ele qual for.

Caso Catarina Marcelino recue e opte por o apoiar, manterá essa mesma disponibilidade?

Não posso trabalhar com gente que não foi correcta comigo. Politicamente perdi a confiança em Catarina Marcelino. Com ela não trabalharei.

E admite um cenário de poder encabeçar uma lista independente à presidência da câmara, se Catarina Marcelino vier a vencer as eleições para a comissão política?

Estou convencido de que Emanuel Costa irá ganhar as eleições. Neste momento não estou a pensar em mais nada senão em apoiar a candidatura de Emanuel Costa à comissão política. Quando se realizarem as eleições e em face do resultado, logo veremos o que poderei decidir.

Nunca equacionou avançar como candidato independente?

Gosto muito do Montijo, acho que as autárquicas são diferentes de umas eleições para a Assembleia da República, têm muito mais a ver com as pessoas, com a ligação à terra, com o conhecimento que se tem da terra. Não pensei ainda nesse cenário. Mas, não é fácil sermos candidatos independentes.

Desejo colaborar com o Montijo, com quem está à frente do Montijo. Não há outra forma de olhar o futuro que não seja a pensar na terra. Quando acontecerem as eleições para a comissão política irei ponderar qual será o meu futuro, o que irei fazer. Mas não irei trabalhar com pessoas que não foram correctas comigo.

O que espera do PS para as legislativas que estão marcadas para 10 de Março?

Independentemente da luta que estamos a travar a nível local, não podemos esquecer o que se irá passar a nível nacional. Espero que o resultado nestas legislativas seja favorável ao PS.

Acho que o PS tem muito ainda a dar e tem de continuar o trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos oito anos. Há erros que foram cometidos, que têm de ser corrigidos e penso que temos condições para isso. Face àquilo que as oposições têm mostrado, não vejo outra alternativa para que o País continue a progredir, com resultados positivos, senão o PS.

É possível desta vez o Montijo vir a ter um deputado eleito à Assembleia da República?

A escolha cabe sempre à Federação Distrital de Setúbal do PS. Deve haver a indicação de um ou vários nomes da concelhia do PS para integração na lista por este círculo. Não sei se será fácil ou não. Mas acho que o Montijo merece ter alguém [no Parlamento].

A concelhia do Montijo já indicou nomes à distrital?

Penso que não. Pelo menos, não houve qualquer reunião para esse efeito. Se o presidente da Comissão Política Concelhia, Nuno Canta, já deu alguma indicação, é possível que sim. Mas não faço a menor ideia.

Tal como Nuno Canta à frente da câmara, completa dentro de sensivelmente dois anos três mandatos consecutivos à frente da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro. Que balanço faz a estes 10 anos de trabalho na presidência na junta?

Existe uma grande dificuldade para uma junta numa sede do concelho. Está sempre muito limitada em termos de acção física, digamos assim. Porque tudo se gere à volta da câmara, é tudo muito mais centralizado na câmara, que tem o poder de decidir. Ainda assim, temos feito muito, com resultados positivos, nas áreas que podemos tratar como “braço armado” da própria câmara municipal, na educação, na acção social, na saúde, no
associativismo…

Temos tido uma colaboração constante com todas as associações da freguesia, temos dado um apoio enorme às escolas, não só ao abrigo dos antigos acordos de execução, no âmbito da transferência de competências, mas também em iniciativas que a junta tem dinamizado com professores e associações de pais.

Na área da saúde temos um gabinete onde prestamos apoio aos utentes dos centros de saúde, chegámos a ter consultas “on-line” – não temos agora mais, porque há falta de médicos –, damos apoio aos idosos, para a Segurança Social ou outra qualquer área… Nestes domínios temos tido um papel muito importante.

Está satisfeito com o recente acordo de transferência de competências do município para a junta?

Totalmente satisfeito, não. Porque exigimos sempre mais. Mas reconhecemos que não há
muitas hipóteses de fazermos tudo o que pretendemos. É difícil, quer em termos de
recursos humanos quer no que toca até à ligação que existe entre a câmara e as juntas de
freguesia.

Após alguns meses de discussões com a câmara, no bom sentido, acho que quer a câmara quer a junta estão satisfeitas com o que se pode fazer neste momento. Este acordo não é fechado, ou seja, pode vir a ter adendas.

Isso ficou acordado entre nós e o senhor presidente da câmara, e estamos convictos de que, no decorrer deste ano e de acordo com os resultados que formos alcançando, iremos limar algumas arestas que possam surgir. Ficámos com a higiene urbana para a zona Este do Montijo e reforçámos o apoio às escolas, temos mais trabalho a fazer nos estabelecimentos de ensino básico e jardins-de-infância da freguesia, temos mais condições para debelar os problemas que existem ao nível do mobiliário urbano…

Dentro das possibilidades, acho que foi o acordo que poderíamos ter feito.

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