Deputado do PSD critica dívida de meio milhão do Estado e lembra que já existem salários em atraso na instituição. E alerta: o fecho da RUMO irá afectar mais de seis mil pessoas em situação de desvantagem ou exclusão
Bruno Vitorino, deputado do PSD eleito à Assembleia da República pelo círculo de Setúbal, diz que o futuro da RUMO pode estar em causa, devido a uma dívida do Estado à instituição que ascende a meio milhão de euros. Verba essa que – revela o social-democrata, também eleito vereador no Barreiro – já foi adiantada pela instituição para os diferentes projectos que desenvolve.
Segundo o social-democrata, a referida dívida está a pôr em causa o normal funcionamento da instituição, o pagamento das suas obrigações ao Estado e o futuro de 78 trabalhadores, que já se encontram com salários em atraso.
“A acrescentar a tudo isto, a RUMO já tornou público que, se a situação não se alterar, já não tem condições de honrar compromissos legais com a Segurança Social e com as finanças. Ou seja, é o Estado a empurrar uma instituição para o incumprimento das suas obrigações para com o próprio Estado”, critica Bruno Vitorino, em nota de Imprensa enviada ao DIÁRIO DA REGIÃO, lembrando que o Governo “deve honrar os seus compromissos e evitar este tipo de episódios”.
O encerramento da actividade da RUMO, de acordo com o deputado do PSD, irá afectar “mais de seis mil pessoas em situação de desvantagem ou exclusão, impedir o acompanhamento de 1 500 pessoas por ano com incapacidade ou deficiência, bloqueando a formação e inserção no mercado de trabalho de mais de 300 pessoas”.
Face à situação, os deputados parlamentares do PSD eleitos pelo círculo de Setúbal “já enviaram um documento ao ministro da Segurança Social [Vieira da Silva] a pedir o pagamento das verbas em atraso”, pode ler-se na mesma nota.
A RUMO é uma cooperativa, sem fins lucrativos, sediada no Barreiro, que iniciou actividade em 1981. A instituição tem por objectivo fundamental a solidariedade social e o desenvolvimento de actividades de apoio em diferentes domínios de intervenção a pessoas em situação de desvantagem, visando a defesa dos seus direitos individuais e de cidadania, designadamente no quadro da promoção do direito à igualdade de oportunidades e à inclusão escolar, profissional e comunitária.