Artur Cardoso, mentor do espaço, diz que um dos segredos é o trabalho em equipa com rigor e responsabilidade
A poucos meses de completar o seu quarto ano de actividade em Setúbal, o balanço que Artur Cardoso, da Residência Sénior Jardins de São Luís, faz é francamente positivo. Artur Cardoso, depois de mais de 30 anos emigrado na Suíça, regressou a Portugal com a intenção de investir e criar postos de trabalho.
A residência tem, neste momento, mais de 20 funcionários e, sobretudo, frisa o empresário a O SETUBALENSE, “oferece aos clientes uma casa diferenciadora na área da geriatria”. Ao longo de quatro anos e apesar da pandemia, afirma com orgulho: “Iniciámos actividade em 2019 e logo depois veio uma pandemia”. “Ultrapassámos esses dois obstáculos que poderiam ser o fim de algo que acabara de começar. Porém posso dizer que sempre tivemos lotação máxima, lista de espera e até necessidade de aumentar os nossos serviços, ultrapassando assim todas as expectativas”.
Para este balanço positivo, Artur Cardoso aponta as principais ‘causas’. “O trabalho em equipa, com rigor, brio, responsabilidade, resiliência e muito amor pelo que se faz”. A Residência Sénior Jardins de São Luís, acrescenta, “representa um trabalho de dedicação diária de uma equipa multidisciplinar”. “Assim, temos mostrado e marcado a diferença pela qualidade dos serviços prestados em vários aspectos, tais como a alimentação, higiene, rotinas de AVD´s, proximidade com as famílias, entre outros. Considero que continuamos a mostrar que não somos apenas mais um lar”.
Actual lei está desactualizada para a realidade portuguesa
Este é um sector de actividade na área da saúde que tem estado na linha da frente nas notícias e não pelas melhores razões. Artur Cardoso mostra-se muito crítico pelo facto de apenas, na sua opinião, mostrar e explorar os maus exemplos. “Pedimos, e pretendemos, que os media, além de divulgarem o que se faz de mau e de forma desumana, também divulguem o que se faz bem, com rigor, dedicação e muito amor, com o objectivo de se alcançar o coração dos portugueses para as boas práticas realizadas actualmente.
Há muitas instituições que têm pessoas, os ditos cuidadores, acrescenta, “que dedicam 40 horas semanais a acarinhar, limpar, alimentar e amar seres humanos vulneráveis, os queridos idosos”. “Há pessoas e instituições, que vestem a camisola e cuidam dos idosos como um dia gostariam de ser cuidados. Há pessoas e instituições que têm rigor e brio profissional, que se de[1]dicam a cada jornada de trabalho para que se faça cumprir os direitos humanos e dignidade da pessoa idosa. Como em todos os sectores profissionais, há pessoas e instituições. É preciso saber fazer esta distinção”.
Artur Cardoso considera que, “obviamente, em vários aspectos a lei deveria ser revista porque a regulamentação em vigor está desenquadrada e desactualizada para a realidade portuguesa”. O empresário acrescenta que um Estado “pouco conhecedor do terreno, acaba por inviabilizar a operação de instituições” como a sua e, por isso, teme o futuro. “Não se adivinha risonho nesta área, onde muito se fala e pouco se age. Relembro que existem instituições com situações relatadas publicamente, inimagináveis e desumanas. Enquanto isso, nos lares particulares com condições, valores humanos e qualidade reconhecida, e até certificada, apenas se inspecciona, critica e impõe”.
Em termos operacionais, Artur Cardoso sublinha que a Residência Sénior Jardins de São Luís está no início de um projecto de ampliação da instituição, com a finalidade de aumentar a capacidade de resposta e manter a qualidade já existente. “Contudo, não pensamos crescer muito mais para não perdermos o ambiente familiar que tanto nos caracteriza”, finaliza.
